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domingo, 25 de março de 2012

Fernando Alonso vence corrida inacreditável


Ninguém, em sã consciência, poderia dizer após os testes de inverno que a Ferrari terminaria a temporada asiática com um pódio, e muito menos com uma vitória, já que o F2012 é nada menos do que um dos piores carros já produzidos em Maranello.

Entretanto, Fernando Alonso, justamente aquele que lutou contra o reinício da prova, conforme veiculado durante a corrida, aproveitou muito bem a única situação que poderia lhe render esse excepcional resultado, a chuva que normalmente cai na Malásia no fim de tarde. Ao se ver na liderança depois de colocar os pneus intermediários já na fase pós-safety car, espanhol agarrou a chance, pilotando com maestria o deficiente modelo, não se abalando com a forte pressão que sofreu de Pérez.

O que Alonso fez, vencer com um carro que é incapaz de chegar ao pódio em condições normais, é realmente mágico, digno de um piloto com "P" maiúsculo e realmente foi outra corrida memorável, como sempre acontece quando a chuva aparece. Quem não se lembra da vitória de Button no Canadá, sobrevivendo a dois acidentes, um drive through e mais três paradas para troca de pneus?

É claro que o campeão de 2005 e 2006 contou com uma pequena ajuda da McLaren e seus pilotos. Jenson Button, por exemplo, "deu uma de Hamilton", foi afobado e perdeu a asa dianteira na traseira de Karthikeyan enquanto brigavam por posições, jogando sua corrida fora. Já Lewis Hamilton sofreu com os erros do time em pelo menos dois pit stops, fazendo-o perder tempo precioso, o que impediu o campeão de 2008 a retornar à frente de Alonso após o período do carro de segurança, jogando fora a segunda pole position, trocando-a por outro terceiro lugar na corrida.

Todavia, é importante deixar claro que Hamilton, durante praticamente toda a corrida, sabe-se lá por qual razão, não conseguiu andar no ritmo de Alonso, e apenas os problemas nas paradas não explicam a diferença de quase quinze segundos ao final.

O nome da prova, por outro lado, não foi o espanhol da Ferrari, mas sim Sérgio Pérez, que correu em Sepang como um veterano campeão, que ainda não é, mas sem dúvida alguma tem potencial para chegar lá.

O mexicano foi muito feliz na opção estratégica ao apostar em colocar os pneus de chuva logo ao final da volta inaugural, que o colocou apenas atrás das McLarens naquela altura, chegando a liderar a prova após a saída do safety car até ser ultrapassado por Alonso na volta dezesseis.

Enquanto a pista secava, Pérez foi sistematicamente mais rápido que Alonso, tirando uma média de meio segundo por volta, mas a demora da Sauber em chamar seu piloto para trocar os pneus intermediários para os slicks fez com que o espanhol ganhasse um pouco de fôlego, mas não por muito tempo, já que Pérez continuou sua caçada pela sua primeira vitória em sua segunda temporada, chegando a ser dois segundos mais rápido que Alonso, e a ultrapassagem era algo inevitável, sendo evidente a diferença de desempenho dos dois carros, já que o mexicano estava calçado com os pneus prime enquanto que o espanhol contava com os pneus option, mais macios.

Quando Pérez já estava colado em Alonso, inclusive dentro da margem que permitia o uso da asa traseira móvel, veio a controvertida ordem da Sauber para que o seu piloto mantivesse a posição, e não há nada que tire da minha cabeça que se tratou de uma ajuda direta para que a Ferrari não perdesse aquela vitória salvadora, afinal, Pérez faz parte do programa de jovens talentos de Maranello e a própria Sauber possui fortes ligações com a marca italiana, não sendo por acaso o fato da equipe suíça ser equipada com o motor da própria Ferrari.

Digo isso em razão das próprias circunstâncias de corrida, pois se era para resguardar o segundo lugar, por que a Sauber deixou que seu piloto forçasse o ritmo, fazendo seguidamente a volta mais rápida da prova por várias vezes, com o risco de sair da pista naquelas condições que ainda eram traiçoeiras (como de fato aconteceu a sete voltas do fim) ou mesmo de uma quebra repentida, para dar uma ordem dessas no momento em uma ultrapassagem sobre a Ferrari era iminente?

A ajuda da Sauber à Ferrari não é coisa nova. Em 1997, durante o GP da Europa em Jerez de la Frontera, o retardatário Norberto Fontana foi instruído a segurar Jacques Villeneuve quando o canadense estava prestes a colocar uma volta sobre o argentino com o intuito de beneficiar Michael Schumacher, que então liderava a corrida decisiva, fato que Fontana, em 2006, admitiu mencionando, inclusive, que a ordem partiu de Jean Todt, então chefe de equipe da Ferrari.

Nada disso, porém, apaga o feito de Pérez em Sepang, chegando ao seu primeiro pódio na categoria desde que estreou no ano passado. Aliás, é o primeiro pódio de um piloto mexicano desde o GP da Holanda de 1971, oportunidade em que Pedro Rodríguez terminou a prova em Zandvoort a bordo de um BRM também com um segundo lugar.

Trata-se também do primeiro pódio da Sauber desde que Robert Kubica terminou em segundo a prova em Interlagos no ano de 2009, época em que o time suíço tinha associação com a BMW. O último pódio da Sauber como equipe independente havia sido em 2003, quando Heinz-Harald Frentzen ficou com o terceiro lugar no GP dos Estados Unidos, em Indianápolis.

De se destacar, também, a excepcional corrida de Bruno Senna, que se recuperou de uma saída de pista na primeira volta após se enganchar com seu colega de equipe e de sofrer uma ultrapassagem por fora de Daniel Ricciardo na curva 5, a primeira perna do "esse" rápido, para fazer oito ultrapassagens, grande parte delas nas difíceis condições de pista úmida, e terminar num importante sexto lugar, o seu melhor resultado na carreira, e o melhor da Williams desde o GP da Cingapura de 2010, dando ao time quase o dobro de pontos em relação ao que foi coletado no ano passado inteiro.

Outro digno de nota é Jean-Éric Vergne, que colheu os frutos da coragem de se manter com os pneus intermediários naquela forte chuva no início da prova, sendo beneficiado com a bandeira vermelha, o que o permitiu colocar os pneus de tarja azul e se igualar aos demais. Mesmo com uma posterior saída de pista, o jovem francês, que fez apenas sua segunda prova na Fórmula 1, se redimiu da última volta em Melbourne e marcou seus primeiros pontos ao chegar em oitavo.

Grande resultado para a Force India, único time que conseguiu colocar seus dois carros na zona de pontuação na Malásia, dando a Hülkenberg seus primeiros pontos na nova equipe.

Já a Red Bull, com um carro que em nada lembra os anos de 2009, 2010 e, principalmente, 2011, ficou apenas com os pontos do quarto lugar de Mark Webber, já que Sebastian Vettel, que buscava uma vaga no pódio, teve um pneu furado depois de uma desastrada participação de Narain Karthikeyan, obrigando o atual bicampeão a uma parada não programada a cinco voltas do fim, o que o deixou sem pontos pela primeira vez desde o GP da Bélgica de 2010.

As grandes decepções da prova ficaram, novamente, por conta de Felipe Massa e do time da Mercedes.

O time da estrela de três pontas, apesar de rápida, sofre demais com o desgaste excessivo dos pneus, virando presa fácil para os rivais no decorrer da prova. Ainda sim, Schumacher, mesmo caindo para o fundo do pelotão ao ser tocado por Romain Grosjean na primeira volta, conseguiu salvar o primeiro ponto do time em 2012, o que é uma frustrante para quem achava que estaria na disputa pelas vitórias.

Quem deve ficar realmente preocupado é Felipe Massa. Depois de ser ferozmente criticado pela imprensa italiana durante toda a semana depois do que ele (não) fez em Melbourne, o que será que vem por aí agora que foi "massa-crado" (captaram?) por Alonso em Sepang. O processo de fervura de Massa estará, literalmente, a todo vapor!

É certo que a vitória de Alonso se deu por circunstâncias especiais, mas mesmo assim como explicar chegar apenas em 15º lugar, quase uma volta atrás do espanhol, com ambos pilotando o mesmo carro?

A mudança do chassi, ao que parece, não surtiu efeito, já que o brasileiro novamente teve uma atuação capenga, sendo alvo fácil dos demais competidores e por muito pouco não termina a prova atrás da Caterham de Petrov, o que seria por demais humilhante para a própria Ferrari.

Será difícil para Massa, se continuar assim, manter sua vaga na Ferrari diante de tanta incompetência nesse ano de 2012.

Por fim, devo dizer que concordo com a crítica que vem sendo feita em relação ao horário da corrida na Malásia, marcada para as 16:00 horas locais, que propicia interrupções como se viu hoje em razão da forte chuva equatorial que costumeiramente cai no fim de tarde e que pode levar a um encerramento prematuro da prova por falta de luz natural, como aconteceu em 2009 e que poderia ser repetido em 2012 caso a chuva não tivesse amenizado após mais de cinquenta minutos de paralisação.

No entanto, depois de uma corrida maluca como se viu, com desempenhos soberbos de alguns pilotos, principalmente de Fernando Alonso e Sérgio Pérez, e um final dramático, é certo que Bernie Ecclestone tem todos os argumentos possíveis deixar tudo como está, principalmente porque a intenção dele é manter o máximo possível a categoria como manchete nos noticiários.

Essa foi a classificação final do GP da Malásia:

Fernando Alonso (ESP)Ferrari56 voltas em 2h44min51ss812
Sérgio Pérez (MEX)Sauber/Ferraria 02s264
Lewis Hamilton (GBR)McLaren/Mercedes-Benza 14s592
Mark Webber (AUS)Red Bull/Renaulta 17s688
Kimi Räikkönen (FIN)Lotus/Renaulta 29s456
Bruno Senna (BRA)Williams/Renaulta 37s667
Paul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benza 44s412
Jean-Éric Vergne (FRA)Toro Rosso/Ferraria 46s985
Nico Hülkenberg (ALE)Force India/Mercedes-Benza 47s893
10ºMichael Schumacher (ALE)Mercedesa 49s996
11ºSebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renaulta 1min15s527
12ºDaniel Ricciardo (AUS)Toro Rosso/Ferraria 1min16s828
13ºNico Rosberg (ALE)Mercedesa 1min18s594
14ºJenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benza 1min19s720
15ºFelipe Massa (BRA)Ferraria 1min37s319
16ºVitaly Petrov (RUS)Caterham/Renaulta 1 volta
17ºTimo Glock (ALE)Marussia/Coswortha 1 volta
18ºHeikki Kovalainen (FIN)Caterham/Renaulta 1 volta
19ºPastor Maldonado (VEN)Williams/Renaulta 2 voltas - motor
20ºCharles Pic (FRA)Marussia/Coswortha 2 voltas
21ºPedro de la Rosa (ESP)HRT/Coswortha 2 voltas
22ºNarain Karthikeyan (IND)HRT/Coswortha 2 voltas

Com essa surpreendente vitória, Fernando Alonso assume a liderança do campeonato, algo que era impensável há uma semana atrás, nem nos mais otimistas dos prognósticos.

 Fernando Alonso35
 Lewis Hamilton30
 Jenson Button25
 Mark Webber24
 Sérgio Pérez22
 Sebastian Vettel18
 Kimi Räikkönen16
 Kamui Kobayashi8
 Bruno Senna8
10ºUnited Kingdom Paul di Resta
7
11º Jean-Éric Vergne
4
12º Daniel Ricciardo
2
13º Nico Hülkenberg
2
14º Michael Schumacher
1

A McLaren lidera o campeonato de construtores, mas perdeu uma ótima oportunidade para se distanciar da Red Bull nesse início de temporada, o que pode trazer consequências perigosas na decisão pelo título.

A Ferrari, apenas com a pontuação conquistada por Fernando Alonso, deixa a Sauber para trás e assume a terceira colocação na tabela.

United Kingdom McLaren
55
 Red Bull
42
Italy Ferrari
35
 Sauber
30
United Kingdom Lotus
16
 Force India
9
United Kingdom Williams
8
Italy Toro Rosso
6
 Mercedes
1

A Fórmula 1 tem uma pausa de três semanas, retornando apenas no dia 15 de abril, com o GP da China no circuito de Jiading, o que permitirá às equipes uma avaliação sobre esse início de temporada, dando oportunidade para que elas desenvolvam novos componentes nesse período visando uma nova "jornada dupla", já que a quarta etapa, o GP do Bahrein, acontecerá na semana subsequente, no dia 22 de abril.

No ano passado, a prova em Xangai foi vencida por Lewis Hamilton, que na oportunidade quebrou a sequência da Red Bull e de Sebastian Vettel.

GP2 - Round 1 - Sepang - Leg 2


Como preliminar ao GP da Malásia de Fórmula 1, aconteceu agora há pouco a sprint race da GP2 que, apesar de ter transcorrido sem que uma gota d'água sequer tenha caído sobre a pista, foi rondada por ameaçadoras nuvens carregadas que podem desabar no horário da prova principal do fim de semana.

Como sempre acontece na corrida mais curta na categoria-escola, todos os pilotos pareciam bastante comedidos e as lutas por posições foram bastante racionadas durante as 22 voltas. A classificação final foi, praticamente, decidida na saída da primeira curva.

Os pilotos do time da Lotus conseguiram aproveitar a primeira fila inteira do time francês no grid de largada, conquistada em razão da inversão entre os oito primeiros na prova anterior, e fizeram a primeira dobradinha da temporada, com a vitória cabendo a James Calado, que partiu da pole position, conseguindo um grande resultado em seu "fim de semana de estreia" na categoria, batendo seu colega Gutiérrez, atualmente o terceiro piloto da equipe Sauber. 

Sem ter um andamento que o permitisse superar as Lotus, Felipe Nasr comboiou os carros pretos e dourados para alcançar seu primeiro pódio na categoria também em seu fim de semana de estreia, resultado importantíssimo se considerarmos a pouca experiência do brasileiro com o carro e a ausência de contato anterior com a pista de Sepang.

Luiz Razia, vencedor da corrida longa ontem, disse ao final que o segredo da vitória foi saber conservar seus pneus nos estágios iniciais da prova, estratégia que o brasileiro soube repetir, pois já no terço final da competição soube se defender com maestria das desastradas investidas de Davide Valsecchi e Tom Chilton para depois, quando todos já sofriam com o desgaste dos pneus, partir para o ataque sobre Stefano Coletti, ultrapassando-o a quatro voltas do fim. Dois giros mais tarde, encostou e superou facilmente Fabio Leimer para ficar com o quinto lugar que certamente se transformaria em quarto caso houvesse mais uma volta, pois cruzou a linha de chegada a apenas 0s6 de Giedo van der Garde.

Quem desperdiçou pontos importantes foi justamente Davide Valsecchi que, a nove giros do fim, tentou passar Razia na curva 4, mas freou já além do limite e escapou da pista, perdendo algumas posições. Ao retornar, com a velocidade comprometida, cortou a frente do carro de Marcus Ericsson na entrada do "esse" rápido e foi projetado para uma capotagem espetacular que, por sorte, causou apenas prejuizos de ordem material à DAMS e à iSport.

Stefano Coletti, por sua vez, parece não aprender com os erros cometidos anteriormente. Na prova de ontem, ainda nas primeiras voltas, perdeu posição para Valsecchi ao tentar uma ultrapassagem sobre Leimer na curva Klia. Hoje, ainda também no princípio da corrida, tentou superar outra DAMS, dessa vez a de Nasr, também no mesmo local e novamente não foi feliz, pois saiu da pista e perdeu posições para Leimer e Van der Garde.

Por outro lado, pensava-se que o fantasma das punições exageradas aos pilotos, que rondou a categoria em 2011, era coisa do passado. Ledo engano. Ao tocar na traseira do carro de Valsecchi após forçar uma ultrapassagem, Fabrizio Crestano recebeu um drive thorugh. Trata-se, na minha opinião, de uma decisão exagerada dos comissários em nítido incidente de corrida, já que o piloto da DAMS, a "vítima", não teve qualquer prejuízo, enquanto que o italiano da Lazarus teve sua asa dianteira quebrada o que, por si só, já era uma punição à própria atitude desastrada.

No mínimo, houve "dois pesos e duas medidas", já que Rodolfo González acertou a tudo e a todos na corrida longa até que saiu sozinho da pista, mas não sofreu qualquer punição por parte dos comissários.

Por fim, a melhor volta da corrida foi feita por Fabrizio Crestani, que marcou o tempo de 1min50s690, com média de 180,276 k/h, mas como terminou a prova apenas em 21º ficou sem a bonificação de dois pontos, que ficou para Rio Haryanto, o qual cronometrou o tempo de 1min50s849, à média de 180,017 km/h, mesmo ficando tão somente com a terceira volta mais rápida.

Marcaram pontos na segunda bateria em Sepang:

James Calado (GBR)Lotus ART
Esteban Gutiérrez (MEX)Lotus ART
Felipe Nasr (BRA)DAMS
Giedo van der Garde (HOL)Caterham
Luiz Razia (BRA)Arden
Fabio Leimer (SUI)Racing Engineering
Max Chilton (GBR)Carlin
Nathanaël Berthon (FRA)Racing Engineering

Razia sai da Malásia com uma importante liderança, abrindo uma vantagem de sete pontos em razão do acidente que envolveu Valsecchi. James Calado, com a vitória hoje, fica com o terceiro posto, mas é seguido de perto por Gutiérrez, Nasr, Chilton e Leimer.

 Luiz Razia31
 Davide Valsecchi24
 James Calado19
 Esteban Gutiérrez 
18
 Felipe Nasr18
 Max Chilton
17
 Fabio Leimer 
16
 Giedo van der Garde 
10
 Stefano Coletti
10
10º Rio Haryanto
2
11º Nathanaël Berthon
1
12º Fabrizio Crestani
1

Com dois pilotos consistentes, ao contrário do ano passado, a DAMS assume a liderança do campeonato entre as equipes, deixando a Lotus, com a dobradinha de hoje, na segunda posição.

Já a Arden, apesar ter Luiz Razia na frente no campeonato de pilotos, fica apenas com a terceira colocação, já que seu outro piloto, Simon Trummer, ainda se encontra "zerado".

 DAMS
42
 Lotus ART
37
 Arden
31
 Carlin
19
 Racing Engineering 
17
 Caterham 
10
 Coloni
10
 Lazarus
1

A próxima etapa da GP2 acontecerá daqui quatro semanas, em Sakhir, como parte do programação do GP do Bahrein de Fórmula 1.

Na última vez que a categoria esteve no circuito de Manama, ainda pelo campeonato asiático, em março de 2010, o fim de semana foi todo italiano, com as vitórias de Luca Filippi na feature race e de Giacomo Ricci na sprint race.

sábado, 24 de março de 2012

Hamilton faz a segunda pole consecutiva


Com uma semana de espaço para que as equipes empacotassem seus equipamentos e os transportasse de Melbourne a Kuala Lumpur, não havia tempo para que houvesse nos carros qualquer modificação ou qualquer outro elemento novo que pudesse modificar a relação de forças, e como era previsto, o que se viu em Sepang foi praticamente o mesmo em relação àquilo que se constatou em Albert Park.

A McLaren reafirma sua grande forma e conquista, pela segunda vez consecutiva, a primeira fila inteira, cabendo a Lewis Hamilton, que danificou seu carro nos treinos livres do sábado pela manhã ao sair da pista, repetir a pole position, mostrando que é, realmente, o mais rápido dentro do time, ainda que esse característica não seja suficiente para se impor frente ao seu colega de escuderia.

Percebe-se, também que as rivais estão um pouco mais próximas do que na Austrália, já que a diferença entre o tempo da pole e o tempo do oitavo colocado, Nico Rosberg, ficou na casa dos quatro décimos de segundo, o que pode ser indício de um boa corrida amanhã.

Aparentando estar totalmente confortável no cockpit do W03, que provavelmente foi desenhado para as características dele, Michael Schumacher, que já havia feito na Austrália o seu melhor treino de qualificação desde que retornou, foi ainda melhor conquistando um importante terceiro lugar e, o mais importante, deixando seu companheiro na Mercedes bem atrás, invertendo o quadro que foi constante em 2010 e 2011.

Sabedor que não tinha carro para brigar pela pole, Sebastian Vettel partiu para o lado da estratégia e foi o único no Q3 a fazer sua volta voadora calçado com o jogo de pneus duros, com o qual será obrigado a largar na prova. Ainda sim, foi apenas 415 milésimos mais lento que Hamilton e certamente está no páreo para retomar o caminho da vitória.

Com o quinto lugar de Räikkönen e o sétimo de Grosjean, a Lotus reafirma o potencial do E20 nesse início de temporada. O finlandês, que marcou exatamente o mesmo tempo de Mark Webber na última parte da classificação, ponderou ao final do treino que tinha condições de fazer um tempo para brigar pela primeira posição, mas terá de partir mais detrás, já que foi punido com a perda de cinco posições no grid de largada por ter substituído a caixa de câmbio. Já o franco-suíço torce para não ser atingido dessa vez e assim tenha chances de marcar seus primeiros pontos da carreira.

Apesar de ter ficado mais à frente na classificação, não se deixe enganar pela situação da Ferrari, pois não vejo nenhum tipo de melhora. O time chegou à Q3 com Fernando Alonso, mas certamente teria o mesmo resultado em Melbourne se o espanhol não tivesse errado e rodado na Q2 há uma semana. Já Felipe Massa novamente sofreu para sair da Q1, e só conseguiu após equipar seu carro com os pneus option, ainda que aparentemente esteja mais próximo de seu colega de equipe, diminuindo a "luneta" que vem tomando de Alonso.

A Williams e a Toro Rosso foram as equipes que não conseguiram em Sepang o mesmo resultado obtido nos treinos na etapa anterior, já que não colocaram nenhum dos seus carros na Q3, sendo que o time italiano foi nocauteado ainda na Q1 com Jean-Éric Vergne, que estranhamente não colocou os pneus option para uma derradeira tentativa de se livrar da degola prematura.

É bom ver novamente o grid de largada formado por todos os 24 carros, já que os pilotos da HRT conseguiram ficar dentro da "regra dos 107%", mostrando que o resultado na Austrália se deveram, em grande parte, pela ausência completa de testes com o F112, lançado após o último treino de pré-temporada.

Além de Räikkönen, outro que perderá cinco posições é o também finlandês Heikki Kovalainen, em uma punição retroativa recebida na Austrália, quando ultrapassou dois carros antes da relargada em razão do safety car, fazendo com que o piloto da Caterham parta da última posição da grelha de largada.

Esse foi o resultado do treino de qualificação:

 Piloto (País)Equipe/MotorQ1Q2Q3
Lewis Hamilton (GBR)McLaren/Mercedes-Benz1min37s8131min37s1061min36s219
Jenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benz1min37s5751min36s9281min36s368
Michael Schumacher (ALE)Mercedes1min37s5171min37s0171min36s391
Mark Webber (AUS)Red Bull/Renault1min37s1721min37s3751min36s461
Kimi Räikkönen (FIN)Lotus/Renault1min37s9611min36s7151min36s461
Sebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renault1min38s1021min37s4191min36s634
Romain Grosjean (SUI)Lotus/Renault1min38s0581min37s3381min36s658
Nico Rosberg (ALE)Mercedes1min37s6961min36s9961min36s664
Fernando Alonso (ESP)Ferrari1min38s1511min37s3791min37s566
10ºSérgio Pérez (MEX)Sauber/Ferrari1min37s9331min37s4771min37s698
11ºPastor Maldonado (VEN)Williams/Renault1min37s7891min37s589
12ºFelipe Massa (BRA)Ferrari1min38s4371min37s731
13ºBruno Senna (BRA)Williams/Renault1min38s4371min37s841
14ºPaul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benz1min38s3251min37s877
15ºDaniel Ricciardo (AUS)Toro Rosso/Ferrari1min38s4191min37s883
16ºNico Hülkenberg (ALE)Force India/Mercedes-Benz1min38s3031min37s890
17ºKamui Kobayashi (JAP)Sauber/Ferrari1min38s3721min38s069
18ºJean-Éric Vergne (FRA)Toro Rosso/Ferrari1min39s077
19ºHeikki Kovalainen (FIN)Caterham/Renault1min39s306
20ºVitaly Petrov (RUS)Caterham/Renault1min39s567
21ºTimo Glock (ALE)Marussia/Cosworth1min40s903
22ºCharles Pic (FRA)Marussia/Cosworth1min41s250
23º Pedro de la Rosa (ESP)HRT/Cosworth1min42s914
24 Narain Karthikeyan (IND)HRT/Cosworth1min43s655
107% (tempo de corte)1min43s974

Essa é a grande chance que Hamilton tem de se redimir do terceiro lugar em Melbourne após ter largado também da pole position. Na oportunidade, a equipe acusou um problema de embreagem, que atrasou o campeão de 2008 ao apagar das luzes vermelhas, permitindo que Button contornasse a primeira curva na liderança.

A reta até a primeira curva é bastante longa, o que propicia a possibilidade de uma grande alteração nas posições em relação à colocação original do grid. No ano passado, por exemplo, Heidfeld, então na Renault apareceu na saída da primeira sequência de curvas no segundo posto apesar de ter largado de sexto.

Novamente a chave para o bom resultado é o gerenciamento dos pneus, e se depender disso, Jenson Button já começa a corrida com um pé na frente graças à sua suavidade ao volante. Resta saber se Hamilton conseguirá resistir ao ímpeto de sair desembestado, levando ao desgaste de pneus mais acentuado.

Não se deve descartar, como eu disse, a vitória de Sebastian Vettel, e a escolha estratégica de usar os pneus prime no primeiro stint pode lhe valer um grande trunfo no final da prova.

GP2 - Round 1 - Sepang - Leg 1


Neste fim de semana, em Sepang, na Malásia, a GP2, principal categoria de base que leva jovens pilotos à Fórmula 1, deu início à temporada de 2012 com profundas modificações que devem tornar a disputa na pista muito mais interessante.

Com a abolição da deficitária GP2 Asia Series, a GP2 Series passa a ser um torneio de cunho mundial, englobando as antigas etapas que compunham a categoria asiática, como Malásia e Bahrein, as quais se juntam aos eventos da temporada europeia, isso sem contar a estreia do circuito de rua de Cingapura no calendário, totalizando doze rodadas duplas, sempre com a corrida mais longa, chamada de feature race, aos sábados, e a corrida curta, chamada de sprint race, aos domingos.

Houve, também, uma alteração na distribuição dos pontos, que passa a ser mais próxima àquilo que se vê na Fórmula 1. Na feature race, são dez aqueles que recebem os pontos, igual ao sistema utilizado da F1, com 25 pontos para o vencedor, 18 para o segundo colocado, e assim por diante. Na sprint race serão oito os que pontuarão, com 15 tentos para o vencedor, 12 para o segundo colocado, 10 para o terceiro, 8 para o quarto, 6 para o quinto, 4 para o sexto, dois para o sétimo e um para o oitavo. Além disso, o pole position, que antes ficava com dois pontos extras, agora terá quatro, e o autor da melhor volta em cada uma das corridas, desde termine entre os dez primeiros,  terá dois pontos de bonificação.

A inversão do grid de largada para a sprint race entre os oito primeiros colocados da feature race, bem como o pit stop obrigatório com a troca de, pelo menos, dois pneus na corrida longa foram mantidos, sendo que agora serão fornecidos às equipes dois tipos de compostos, um mais duro, chamado de prime, e um mais macio, chamado de option, em uma escolha a ser feita pela Pirelli a partir dos quatro tipos de pneus, os supermacios, macios, médios e duros, em uma relação similar à da Fórmula 1.

Como sempre acontece todos os anos, teremos vários pilotos estreantes, como o brasileiro Felipe Nasr (campeão da Fórmula BMW em 2009 e da Fórmula 3 Britânica em 2011), o francês Nathanaël Berthon (vindo da Fórmula Renault 3.5 e que chegou a correr na GP2 Asia no ano passado), o britânico James Calado (que fez a Fórmula 3 Britânica em 2010 e a GP3 em 201), o italiano Fabio Onidi (vindo da Auto GP, por onde correu nos dois anos anteriores), o venezuelano Giancarlo Serenelli (que fez três temporadas de Fórmula Renault 2.0 Italiana, 2001, 2002 e 2005, e que estava há seis anos parado), o francês Tom Dillmann (que em 2011 correu na GP3 e na Fórmula 3 Europeia e Alemã, onde foi campeão em 2010), o suíço Simon Trummer (proveniente da GP3), o britânico Jon Lancaster (piloto que passou pela Fórmula Renault 3.5 em 2009 e 2010, além da Fórmula 2 e Auto GP em 2011), o holandês Nigel Melker (oriundo da GP3 e Fórmula 3 Europeia) e o indonésio Rio Haryanto (também vindo da GP3 e Auto GP).

Retornam à categoria o italiano Fabrizio Crestani, que peregrinou pela Auto GP em 2011, e o angolano Ricardo Teixeira, que fez a temporada de 2010 na Fórmula 2, passando por um ano sábatico em 2011, quando chegou a fazer testes pela antiga Lotus, atual Caterham, na Fórmula 1.

Em 2012 também teremos uma nova equipe, a italiana Lazarus GP, advinda da Auto GP, e que conta com o apoio do governo venezuelano, passando a se chamar Venezuela GP Lazarus, entrando no lugar da Super Nova, que passa por dificuldades financeiras e desistir da GP2.

Com um treino de qualificação bastante disputado, simplesmente com dezenove carros andando no mesmo segundo, o italiano Davide Valsecchi, que faz seu quinto ano na categoria, se sobressaiu e conseguiu arrebatar a primeira pole position do ano, o que o levou a sair na frente no campeonato graças à bonificação de quatro pontos.

A feature race, no entanto, foi dominada por outro veterano, o brasileiro Luiz Razia, que agora corre pela Arden, de propriedade de Christian Horner, o "manda-chuva" da equipe Red Bull. Fazendo seu quarto ano de GP2, Razia largou muito bem, assumiu a ponta logo de cara e, ao contrário do que se viu em 2011, apresentou uma condução perfeita que o levou para uma vitória merecida.

O brasileiro comemorou a sua primeira vitória em feature race e a primeira conquista desde a corrida curta em Monza no longínquo ano de 2009, dando à Arden o primeiro triunfo desde a corrida inaugural da temporada de 2010, em Barcelona.

Valsecchi, que largou muito mal, caindo da posição de honra para o quarto lugar, acabou tendo de fazer uma ligeira corrida de recuperação, passando Coletti, graças a um erro do monegasco, e Leimer para assumir a segunda colocação  ainda antes dos pits obrigatórios. O italiano ainda tentou encostar em Razia, chegando a fazer a melhor volta da prova, com o tempo de 1min49s246, à média de 182,659 km/h, mas o piloto da Arden tinha a corrida segura, pois ia à frente com grande vantagem.

Com o terceiro lugar, Max Chilton fez sua melhor apresentação na GP2, que lhe valeu o primeiro pódio tanto para ele próprio quanto para a sua equipe a Carlin, ambos fazendo em seu segundo ano, conseguindo segurar o ímpeto de Fabio Leimer nas derradeiras voltas da prova.

Já o brasileiro Felipe Nasr, apontado pela imprensa especializada como a esperança brasileira de voltar a brilhar na Fórmula 1, sentiu as dificuldades da categoria em sua estreia. Sem conhecimento nenhum da pista, e ainda por cima pouco habituado ao Dallara GP2-2011 e aos pneus Pirelli, teve apenas meia hora de treino livre e ainda sim fez o nono tempo na qualificação, a meio segundo de seu colega de time na DAMS, o pole Valsecchi. Na base da estratégia, escolhendo um melhor momento para fazer sua parada obrigatória, Nasr ganhou a posição de Calado e chegou a brigar, no fim, pelo quinto posto com Coletti, sem êxito, mas teve de se contentar com a sexta posição, sendo o melhor estreante da prova.

Por outro lado, a Venezuela foi a grande chacota da prova, não pelo time apoiado pelo governo de Hugo Chávez, mas sim em razão da incapacidade de dois dos três pilotos que estão na categoria, sendo o primeiro deles Rodolfo González, com três temporadas de GP2 "nas costas", que conseguiu acertar praticamente todos aqueles que estiveram à sua frente até que, finalmente saiu da pista sozinho na 14ª volta.

O outro, Giancarlo Serenelli, fez ainda pior. Sem um mínimo de habilidade, o piloto da Lazarus tomou mais de 2s6 do penúltimo colocado na qualificação e durante a corrida parecia estar apenas passeando, e não competindo, chegando a fazer voltas cerca de sete segundos mais lentas que o ritmo dos demais, situação que poderia ter colocado em risco aqueles que estavam na pista, mas sabe-se lá por qual motivo ele continuou na prova sem que a direção tomasse alguma providência no sentido de desclassificar o piloto. Estranho, aliás, que alguém como ele tenha obtido permissão para participar da temporada de uma categoria que tem carros equipados com motores de mais de 600 cavalos.

Para contrastar com Serenelli, a Lazarus conta com Fabrizio Crestani, piloto que deu ao time ítalo-venezuelano o seu primeiro ponto logo na corrida de estreia graças ao novo sistema de pontuação.

Marcaram pontos na primeira bateria em Sepang:

Luiz Razia (BRA)Arden
Davide Valsecchi (ITA)DAMS
Max Chilton (GBR)Carlin
Fabio Leimer (SUI)Racing Engineering
Stefano Coletti (MON)Coloni
Felipe Nasr (BRA)DAMS
Esteban Gutiérrez (MEX)Lotus ART
James Calado (GBR)Lotus ART
Giedo van der Garde (HOL)Caterham
10ºFabio Crestani (VEN)Lazarus

Com a vitória, Luiz Razia assume a liderança do campeonato de pilotos pela primeira vez na carreira, mas tem em sua cola Davide Valsecchi, que contou com a ajuda dos seis pontos de bonificação que conquistou por ter feito a pole position e a melhor volta da corrida longa.

 Luiz Razia25
 Davide Valsecchi24
 Max Chilton15
 Fabio Leimer12
 Stefano Coletti10
 Felipe Nasr
8
 Esteban Gutiérrez6
 James Calado
4
 Giedo van der Garde2
10º Fabrizio Crestani
1

A francesa DAMS, atual vice-campeã entre as equipes, assume a liderança na tabela em razão dos resultados de Valsecchi e Nar, sendo a única, à exceção da Lotus ART, a colocar seus dois carros na zona de pontuação.

 DAMS
32
 Arden
25
 Carlin
15
 Racing Engineering
12
 Coloni
10
 Lotus ART
10
 Caterham
2
 Lazarus
1

Para a sprint race, que acontece amanhã cerca de três horas antes do GP da Malásia de Fórmula 1, a pole fica com o britânico James Calado em razão da inversão do grid entre os oito primeiros colocados da corrida longa, fazendo com que Felipe Nasr parta da terceira posição e Luiz Razia saia do oitavo posto.