Após diversos atrasos, resultados da falha do chassi em passar pelo crash-test obrigatório da FIA, a Marussia, ex-Virgin, lançou hoje, um dia depois do término da pré-temporada de testes, o carro com que correrá em 2012, o MR01, recomeçando a contagem do modelo após a compra do time de Richard Branson.
Após retumbantes fracassos nos anos anteriores, quando ficou na última posição entre os construtores, para 2012 a equipe técnica da escuderia resolveu deixar de lado o projeto integral do MR01 via CFD (computational fluid dynamics, ou dinâmica de fluídos computacional), rompendo, de vez, com a Wirth Research, de Nick Wirth.
Desde o ano passado, a Marussia possui parceria técnica com a McLaren, a qual teve significante envolvimento no desenvolvimento do novo carro do time russo, o que se nota pela ausência do bico em degrau, tendência já adotada pela equipe de Woking em seu modelo MP4-27.
É evidente a total reformulação do novo modelo comparando-se com o de 2011, já que é possível ver modificações no bico, sidepods, capô do motor e asa traseira, o que é reflexo direto da atuação de Pat Symonds, o qual assina o projeto "na surdina", eis que ainda cumpre a suspensão imposta pela FIA em razão do escândalo do "Cingapuragate" em 2008, quando Piquet bateu propositadamente no muro para favorecer seu companheiro de equipe na Renault, Fernando Alonso.
O carro, que já foi para pista nesta manhã de segunda-feira para o shakedown em Silverstone, novamente é equipado com o motor Cosworth, reconhecidamente o mais fraco da categoria, e será o único a não ter o KERS, algo que poderá prejudicar o desempenho do carro na briga para sair do fundo do grid.
Para 2012, a Marussia preferiu pela manutenção de Timo Glock, na equipe desde seu nascimento em 2010, mas novamente trocou seu segundo piloto, trazendo o francês Charles Pic, que chega para o lugar de Jérôme D'Ambrosio depois de duas temporadas razoáveis na GP2 graças à ajuda de seus patrocinadores pessoais.
Certamente o objetivo principal da Marussia é, finalmente, marcar seus primeiros pontos na Fórmula 1 e sair da incômoda lanterna que ocupou nos dois anos anteriores, quando perdeu para a HRT, equipe com o menor orçamento entre todas na categoria, o que, se acontecer, será comemorado pelo time como se tivesse ganho o título de pilotos e construtores.
Trata-se realmente de um time que apenas faz figuração, algo que a própria categoria necessita e sempre necessitou, seja para formar pilotos, seja para permitir um mínimo de carros no grid, e que vai para Melbourne com um carro praticamente zerado, sem um teste descente sequer que pudesse avaliar o potencial do modelo.
Ficha técnica:
Pilotos
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24 Timo Glock - 25 Charles Pic
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Chassi
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MR01
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Caixa de câmbio
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Unidade de sete marchas, mais a marcha-a-ré, com comando semi automático sequencial por ativação eletro-hidráulica
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Freios
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Discos Hitco Carbon-Carbon e pinças AP Racing
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Suspensão
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Independente do tipo push-rod de ativação da torção das molas dianteiras e nas traseiras, com amortecedores Penske
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Peso
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640 quilogramas, com piloto água e lubrificantes
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Rodas
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BBS de 13 polegadas
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Motor
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Cosworth CA2012, V8 em 90º, 32 válvulas, 2,4 litros, 95 quilogramas, limitado a 18.000 RPM, com injeção e ignição eletrônicas
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Combustível e lubrificantes
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British Petroleum - BP
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