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quarta-feira, 14 de março de 2012

Albert Park


Após intermináveis quatro meses do último GP do Brasil em Interlagos, a Fórmula 1 finalmente volta à vida para a disputa do campeonato de 2012, tendo como "pontapé inicial" o GP da Austrália, no circuito de Albert Park, localizado na cidade de Melbourne.

No ano passado, Sebastian Vettel e Red Bull dominaram por completo a categoria, deixando poucas migalhas para os demais, mas os testes que aconteceram em fevereiro e março deram a impressão que 2012 será bastante diferente, já que não existiu nenhuma equipe que se destacou além das outras

Mesmo assim, os treinos de pré-temporada não devem ser levados "a ferro e fogo", já que não se sabe qual a configuração utilizada pelos carros quando cronometraram suas melhores voltas, e a relação de forças somente será realmente medida nos primeiros treinos que acontecem nessa sexta-feira na Austrália.

Além disso, muitas equipes levam ao evento inaugural pacotes de atualização ensejadas pelo grande número de informações colhidos durante os testes de inverno. A Red Bull, por exemplo, se antecipou e instalou em seus carros nos últimos dias em Barcelona um novo sidepod com uma outra configuração dos escapamentos, cuja legalidade vem sendo investigada pelas demais equipes, ante à suspeita de que se trate de um sistema que replica os efeitos do blow diffuser, algo que é vedado pelo regulamento a partir desde ano.

Para a atual temporada não houve alterações significativas no regulamento. A mais visível é a redução da altura dos bicos dos carros, regra que originou os horrendos carros lançados até aqui, isso sem contar a proibição dos difusores soprados, como mencionei acima, com a determinação para que os gases dos escapamentos sejam atirados para cima, e não mais para baixo.

Quanto ao comportamento dos pilotos, foi esclarecida a regra que se refere à defesa de posição. Antes, era possível mudar a linha por uma vez e retornar ao traçado original para o contorno da curva. Agora, depois de se mover para se defender, o piloto é obrigado a deixar a largura de um carro entre o dele e a beira da pista na aproximação da curva.

Além disso, durante o período de intervenção do safety car, será permitido aos retardatários descontar a volta de desvantagem, quando então serão reposicionados no fundo do pelotão, exatamente na ordem de classificação, o que impedirá que, na relargada, haja algum retardatário entre os ponteiros.

Para não repetir a maratona que foi o GP da Coreia de 2010 e o GP do Canadá de 2011, interrompidos em razão da chuva, a FIA diminuiu de oito para quatro  horas o limite de tempo de prova em caso de suspensão da corrida por qualquer motivo. No entanto, o prazo de duas horas de prova em que não haja interrupção continua vigendo.

Será também permitido ao piloto que use seus jogos de pneus que lhe são permitidos durante o fim de semana da maneira como lhe convier, inclusive nos treinos livres da sexta-feira, dia em que, antes, só era permitido o uso de três jogos de pneus, dois primes e um option.

Em 2012, a situação que envolveu Lewis Hamilton no GP da China, quando a McLaren se dirigiu dos boxes para o grid sem o capô, não é mais permitido, pois agora é necessário que o carro deixe o pit lane com todas as suas peças da carenagem devidamente fixadas.

Já o DRS (drag reduction system, sistema de redução de arrasto), mais popularmente conhecida aqui no Brasil como asa traseira móvel, terá o seu uso durante pista molhada autorizado, ou não, pelo diretor de prova, que avaliará as condições de visibilidade do momento.

Saindo do campo técnico, existe no ar a expectativa para uma temporada bastante disputada em 2012, e tudo será posto à prova já nesse domingo, no circuito de Albert Park, na Austrália, que é considerada como uma pista de rua, mas que possui algumas características de um autódromo permanente, como é o caso das grandes áreas de escape na maioria das curvas.

Trata-se da 77ª edição do GP da Austrália, dos quais em 27 oportunidades como integrante do calendário da Fórmula 1, ininterruptamente desde 1985, sendo onze oportunidades em Adelaide, e dezesseis em Melbourne, que ganhou o direito de sediar o evento em 1996, também como prova de abertura da temporada, vencida por Damon Hill, que se tornou  o primeiro piloto a vencer consecutivamente duas corridas no mesmo país, pois o britânico havia ganho o GP da Austrália de 1995, evento que encerrou aquela temporada.

Michael Schumacher é piloto que mais venceu o GP da Austrália, triunfando por quatro vezes, 2000, 2001, 2002 e 2004. O multicampeão alemão também é detentor do recorde oficial da pista com o tempo de 1min24s125, com média de 226,933 km/h, cronometrado em 2004 a bordo da Ferrari F2004 V10.

Para este ano, foram designadas duas zonas de ativação para o DRS, uma na reta principal, após a saída da curva 16, como em 2011, e outra na saída da curva 2, a 510 metros da curva 3. Ambas terão um ponto de detecção, que foi posicionado a 13 metros da curva 14.

O circuito, que é praticamente plano, possui 5,303 quilômetros e é considerado de média velocidade, algo incomum para uma pista de rua. A pista gira no sentido horário, com dez curvas para a direita e seis para a esquerda, totalizando dezesseis. Os principais pontos de ultrapassagem são as freadas para as curvas Jones, Sports Centre e Ascari.

A volta se inicia na reta Fangio, onde os carros atingem cerca de 305 km/h, e é seguida de uma chicane, muito similar à antiga curva inicial de Nürburgring antes da reforma de 2002.

Os carros freiam a cerca de 100 metros da curva 1, a Jones, que é a primeira perna à direita, reduzindo para a terceira marcha, a cerca de 145 km/h, utilizando-se tanto da zebra interna como da externa, o que torna a curva bastante traiçoeira

Logo na sequência há a segunda perna da chicane, a Brabham (curva 2), à esquerda, que é bastante aberta, feita em plena aceleração, em quarta ou quinta marcha, a mais de 200 km/h.

O posicionamento errado do carro nessa primeira sequência de curvas pode trazer consequências ruins para o piloto na pequena reta que vem a seguir, onde se atinge cerca de 290 km/h, com um leve "desvio" para a direita antes de frear para a curva 3, a Sports Centre, à direita, um grampo feito em segunda marcha, a pouco mais de 90 km/h.

A aceleração é retomada com cuidado, e o piloto coloca a terceira marcha, trazendo o carro para a direita, a cerca de 150 km/h, para o contorno da curva 4, a Hellas, à esquerda, que é bastante difícil, pois o carro tende a escapar além da zebra na saída, algo que pode atrasar a retomada da velocidade.

Logo a seguir, um breve trecho de reta que serve para o piloto alinhar o carro com o lado externo da pista para a rapidíssima curva 5, a Whiteford, à direita, feita a pleno, em sexta marcha, por volta dos 240 km/h, local em que alguns mais "desavisados" costumam escapar, principalmente com pista molhada, e estampar o muro externo.

Segue-se por uma pequena reta, chamada de Albert Road Drive, a qual leva à curva 6 à direita, a Marina, muito similar à sequência inicial de curvas, feita em terceira marcha, a cerca de 140 km/h, utilizando de sobremaneira a zebra interna e externa, até chegar à curva 7 à esquerda, já com a quarta engatada, a pouco menos de 190 km/h, a qual leva à curva 8 à direita, a Lauda, que é longa e também rápida, com os carros acelerando como se estivessem em uma reta, já em sexta marcha, a cerca de 260 km/h, até saírem no trecho que leva à curva 9, uma outra chicane, composta também da curva 10.

Nesse local, freia-se forte, reduzindo da sétima para a segunda marcha, e contornam a primeira perna, a Clark, em segunda marcha, a cerca de 100 km/h, novamente com o uso da zebra interna e externa, a qual leva para a segunda perna da chicane, já em terceira marcha, a mais de 130 km/h.

A seguir, novo trecho de aceleração, numa espécie de "reta curva", a Lakeside Drive, onde o carro chega à sétima marcha, e a quase 290 km/h para as curvas 11 e 12, uma espécie de chicane de alta velocidade, denominada de Waite, que é bastante rápida e contornada inteiramente em sexta marcha. A primeira perna é à esquerda, com o carro a pouco menos de 230 km/h, e a segunda perna à direita é bastante traiçoeira, já que o exagero leva o piloto a um passeio nada agradável pela grama

Na sequência, uma pequena reta, que possui uma ligeira curva à direita, chamada de Hill, ao final da qual chega-se a quase 300 km/h, e então freia-se para a curva 13, à direita, a Ascari, reduzindo a caixa de câmbio para a terceira marcha, a cerca de 130 km/h, saindo na Ross Gregory Drive, subindo duas marcha até a curva 14, a Stewart, feita após um leve toque no freio, suficiente para reduzir para a quarta marcha, e a velocidade para 220 km/h para 210 km/h.

Na saída da Stewart, o piloto logo traz o carro para o lado interno da pista e freia forte para a curva 15, a Senna, a mais lenta da pista, reduzindo da sexta para a segunda marcha, e de pouco menos de 250 km/h para cerca de 80 km/h.

O carro, então", "escorrega" para o lado externo da pista para ter a melhor linha para o contorno da última curva do circuito, a 16, chamada de Prost, feita com o acelerador a pleno, já com a quarta engatada, batendo os 180 km/h, e que leva o piloto novamente a reta principal, completando a volta pela pista.

Abaixo, uma volta virtual pelo circuito de Albert Park:


Depois de dois títulos consecutivos, é claro que repousa nas costas da Red Bull e de Sebastian Vettel o favoritismo, não só para a vitória na prova inaugural, como também para a conquista de mais um campeonato, e ambos deixaram bastante claro o desejo de continuar o domínio quando fizeram o melhor tempo geral de todos os dias de testes em Barcelona.

Por sua vez, a McLaren é o time que possivelmente será o mais próximo rival da Red Bull, já que a Ferrari se debate com problemas no modelo de 2012, e ambos os seus pilotos já deixaram claro que o F2012 não será competitivo na prova de abertura e já andaram descartando, inclusive, a chance de pódio.

Quem também andou muito bem nos treinos de inverno foi a Lotus, antiga Renault, que liderou, por alguns dias a folha dos tempos em Barcelona. O time de Kimi Räikkönen e Romain Grosjean, no entanto, perdeu alguns dias de testes quando foi descoberto problemas estruturais no chassi, mais especificamente na suspensão dianteira, o que foi reparado à tempo para a última semana.

Será interessante, dessa forma, observar o desempenho da equipe de Enstone, que já era para ter se deslanchado em 2011 se não tivesse sofrido o revés de perder Robert Kubica, até então o pilar da escuderia.

A previsão do tempo indica baixa temperatura para todo o fim de semana da prova, com a possibilidade de chuva apenas para a sexta-feira, e a corrida está prevista para ser disputada em 58 voltas, totalizando um percurso de 307,574 quilômetros, provavelmente levará menos de uma hora e meia para ser completada.

Que venha a luz verde...

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