Último vencedor do GP dos Estados Unidos na despedida de Indianápolis do calendário da Fórmula 1 em 2007, Lewis Hamilton repete a vitória em solo norte-americano, dessa vez em uma pista estreante que foi feita diretamente para a categoria máxima do automobilismo mundial.
O triunfo do britânico foi conquistado após magnífico duelo de nervos com Sebastian Vettel, algo que, de certa forma, já era aguardado depois que o alemão ficou com a pole position com uma margem bastante estreita;
Apesar de ambos não terem tocado rodas ou protagonizado várias mudanças na liderança, o que se viu hoje foi dois competidores no limite pessoal e de seu respectivo equipamento.
Apesar de ambos não terem tocado rodas ou protagonizado várias mudanças na liderança, o que se viu hoje foi dois competidores no limite pessoal e de seu respectivo equipamento.
Não é à toa que Hamilton somente conseguiu superar o piloto da Red Bull lidando melhor com os retardatários e impulsionado pelo DRS, pois do contrário o campeão de 2008 comboiaria o tedesco até o final da prova, já que desde o início trocaram, por diversas oportunidades, a melhor volta da corrida que, ao final, ficou com Vettel.
Esse resultado deixa a briga pelo título totalmente aberta para Interlagos, principalmente diante da possibilidade de chuva para o fim de semana, algo que se tornou a preocupação do time austríaco e por este motivo pretendia em Austin "fechar a conta" em ambos os campeonatos, tendo logrado êxito apenas no Mundial de Construtores.
Da mesma forma que Alonso esperava descontar muitos pontos em Abu Dhabi, quando Vettel foi punido e teve de largar dos boxes, agora foi a vez do alemão sair com "gostinho amargo na boca", já que também aguardava, ao menos "colocar uma mão na taça" com o espanhol largando mais para o fundo após o péssimo desempenho do bicampeão de 2005 e 2006 na qualificação.
Com uma boa largada, Alonso pulou de sétimo para a quarta colocação e...só, já que o F2012 não lhe dava condições de fazer nada além disso, tendo ainda salvo um pódio bastante comemorado em razão do abandono de Mark Webber, novamente com problemas no KERS, os quais, para desespero dos italianos, só acometem o carro do australiano.
Outra situação que levou Alonso ao pódio se deu por mais uma das atitudes nada elogiáveis da Ferrari, que quebrou o lacre da caixa de câmbio no carro de Felipe Massa para que o brasileiro, que foi melhor piloto da equipe na qualificação, fosse punido com a perda de cinco posições no grid e permitiu que o espanhol ganhasse um lugar mais à frente.
Apesar de absolutamente legal, a conduta do time italiano não tem nada de ético, palavra que parece não fazer parte de alguns no mundo da Fórmula 1, tanto que foi a atitude do time italiano foi extremamente condenada por todos os especialistas, principalmente porque pune um piloto por quem seu time deveria zelar.
A desculpa "esfarrapada" dada foi que, assim, tanto Alonso como Massa largariam no trilho, local com mais aderência, já que, segundo simulações de largada, o arranque no lado sujo custaria cerca de quatro posições, pois as condições da pista eram similares à de asfalto molhado.
No entanto, não foi isso que se viu ao apagar das luzes vermelhas, já que a diferença entre o lado sujo e o limpo da pista não foi nada diferente de outras pistas, o que mostra que a Ferrari, na realidade, só desejava fazer com que o espanhol partisse mais próximo de Vettel.
De certa forma, isso contribuiu para que Felipe Massa não tivesse condições de chegar a um merecido pódio, já que o brasileiro teve seus dias de Alonso e andou muito mais do que seu colega de equipe, livrando-se do tráfego no início da prova para ganhar, ao todo, sete posições até se alocar na quarta posição com uma bela ultrapassagem sobre Kimi Räikkönen, para depois ser o mais rápido na pista por diversas vezes até perder para Vettel, na última passagem, por apenas 55 milésimos de segundo aquela que seria a primeira volta mais rápida da Ferrari na temporada.
É certo que, mesmo largando à frente de Alonso, o pódio não seria garantido para Massa, pois se tivesse o espanhol atrás de si o brasileiro seria obrigado a abrir passagem para seu colega de equipe, algo que teria sido muito mais compreensível do que a atitude da Ferrari em, propositadamente, impor uma punição ao seu segundo piloto para favorecer outro.
Aliás, curioso que a única polêmica da corrida se deu antes dela, já que, pela primeira vez em muito tempo, não se viu a indicação de investigação de quaisquer incidentes em momento algum durante a prova, para o alívio de Emerson Fittipaldi, o comissário convidado para Austin.
Entre os demais, excelente prova de Jenson Button que, tal qual Felipe Massa, conseguiu ganhar sete posições até chegar ao quinto posto graças à tática diferenciada de largar com os pneus mais duros, saindo ileso da disputa de foice que se tornou o pelotão intermediário no início da prova.
De se destacar o resultado conquistado pela Williams que, pela segunda vez consecutiva, pontua com ambos os seus pilotos, algo inédito na temporada, apesar de Maldonado ter passado por "maus bocados" no início da prova e de Bruno Senna ter levado dois "passões", um de Jenson Button e outro do próprio Maldonado.
O ponto negativo fica para a decadência de Michael Schumacher que, a despeito de ter feito um bom treino qualificatório, simplesmente foi "engolido" por todos até estacionar na 16ª colocação, a última antes dos carros das equipes pequenas.
Essa foi a classificação final do GP dos Estados Unidos:
Piloto (País) | Equipe/Motor | Tempo de prova | |
1º
| Lewis Hamilton (GBR) | McLaren/Mercedes-Benz | 56 voltas em 1h35min55s269 |
2º
| Sebastian Vettel (ALE) | Red Bull/Renault | a 00s675 |
3º
| Fernando Alonso (ESP) | Ferrari | a 39s229 |
4º
| Felipe Massa (BRA) | Ferrari | a 46s013 |
5º
| Jenson Button (GBR) | McLaren/Mercedes-Benz | a 56s432 |
6º
| Kimi Räikkönen (FIN) | Lotus/Renault | a 1min04s425 |
7º
| Romain Grosjean (SUI) | Lotus/Renault | a 1min10s313 |
8º
| Nico Hülkenberg (ALE) | Force India/Mercedes-Benz | a 1min13s792 |
9º
| Pastor Maldonado (VEN) | Williams/Renault | a 1min14s525 |
10º | Bruno Senna (BRA) | Williams/Renault | a 1min15s133 |
11º | Sergio Pérez (MEX) | Sauber/Ferrari | a 1min24s341 |
12º | Daniel Ricciardo (AUS) | Toro Rosso/Ferrari | a 1min24s871 |
13º | Nico Rosberg (ALE) | Mercedes | a 1min25s510 |
14º | Kamui Kobayashi (JAP) | Sauber/Ferrari | a 1 volta |
15º | Paul di Resta (GBR) | Force India/Mercedes-Benz | a 1 volta |
16º | Michael Schumacher (ALE) | Mercedes | a 1 volta |
17º | Vitaly Petrov (RUS) | Caterham/Renault | a 1 volta |
18º | Heikki Kovalainen (FIN) | Caterham/Renault | a 1 volta |
19º | Timo Glock (ALE) | Marussia/Cosworth | a 1 volta |
20º | Charles Pic (FRA) | Marussia/Cosworth | a 2 voltas |
21º | Pedro de la Rosa (ESP) | HRT/Cosworth | a 2 voltas |
22º | Narain Karthikeyan (IND) | HRT/Cosworth | a 2 voltas |
De franco favorito e possível tricampeão ao final do GP dos Estados Unidos, Sebastian Vettel segue para a última etapa aumentando sua vantagem de dez para apenas treze pontos, deixando esperança de título para Alonso, que sonha reverter o revés de Abu Dhabi em 2010.
Vale dizer que há dois anos Alonso chegou à derradeira corrida quinze pontos à frente de Vettel, o qual ficou com o título graças ao erro estratégico da Ferrari, que preferiu travar sua mira em Webber na oportunidade.
Vale dizer que há dois anos Alonso chegou à derradeira corrida quinze pontos à frente de Vettel, o qual ficou com o título graças ao erro estratégico da Ferrari, que preferiu travar sua mira em Webber na oportunidade.
Para "dar o troco" neste ano, o espanhol precisa fazer quatorze pontos a mais que o alemão, necessitando, desta forma, ao menos o terceiro lugar, quando então o piloto da Red Bull não pode chegar além do décimo lugar, ao passo que, se o piloto da Ferrari for segundo, Vettel tem que chegar até a oitava colocação.
Em caso de uma improvável vitória de Alonso, o time italiano comemora o título se Vettel terminar a prova, no máximo, no quarto posto.
Assim sendo, se o tedesco for inteligente e quiser se livrar dos riscos desnecessários, não precisará mais do que "marcar" o espanhol, algo que dificilmente o atual bicampeão estará predisposto a fazer.
1º
| Sebastian Vettel | 273 |
2º
| Fernando Alonso | 260 |
3º
| Kimi Räikkönen | 206 |
4º
|
Lewis Hamilton
| 190 |
5º
| Mark Webber | 167 |
6º
| Jenson Button | 163 |
7º
| Felipe Massa |
107
|
8º
| Romain Grosjean |
96
|
9º
| Nico Rosberg |
93
|
10º | Sérgio Pérez |
66
|
11º | Kamui Kobayashi |
58
|
12º |
Nico Hülkenberg
|
53
|
13º | Paul di Resta |
46
|
14º | Pastor Maldonado |
45
|
15º |
Michael Schumacher
|
43
|
16º | Bruno Senna |
31
|
17º | Jean-Éric Vergne |
12
|
18º | Daniel Ricciardo |
10
|
Necessitando de apenas quatro pontos, a Red Bull sai de Austin com seu terceiro título de construtores consecutivo, algo que somente foi conquistado pela Ferrari (por duas vezes), McLaren e Williams.
A disputa pelo vice-campeonato, entretanto, continua aberta, já que a Ferrari possui apenas 14 pontos de avanço sobre a McLaren com 43 tentos ainda em disputa, a qual será definida, no meu entender, pelo desempenho de Massa e Button na etapa de encerramento da temporada.
1º | Red Bull | 440 |
2º | Ferrari | 367 |
3º | McLaren | 353 |
4º | Lotus | 302 |
5º | Mercedes | 136 |
6º | Sauber | 124 |
7º | Force India |
99
|
8º | Williams |
76
|
9º | Toro Rosso |
22
|
Sem tempo para descanso, comemorações ou lamentações, pilotos e equipes partem para São Paulo, cidade que sediará o GP do Brasil já no próximo domingo, encerrando a temporada de 2012.
Com a disputa pelo Mundial de Pilotos ainda aberta, será a chance de Interlagos, depois de um hiato de três anos, coroar o campeão da Fórmula 1, honra que o Autódromo José Carlos Pace teve por cinco anos consecutivos, de 2005 a 2009.
No ano passado, a vitória em Interlagos ficou para Mark Webber, agraciado pela atitude de Vettel que, seguindo ordens de equipe, permitiu a ultrapassagem de seu colega na Red Bull para aquela que seria a única vitória do australiano em toda a temporada de 2011.
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