The Formula 1 Widget
requires Adobe Flash
Player 7 or higher.
To view it, click here
to get the latest
Adobe Flash Player.

domingo, 10 de junho de 2012

Hamilton voa para a vitória


Quando tudo levava a crer que caminhávamos para um final enfadonho, foram os pneus que, mais uma vez, salvaram a corrida, ditando o tom nos derradeiras voltas e propiciando não só grandes brigas como também o sétimo vencedor nas sete primeiras corridas da temporada, algo inédito na Fórmula 1.

E foi justamente a deficiência de Lewis Hamilton em saber poupar seus pneus que rendeu ao inglês a sua primeira vitória na temporada, conquista que foi imensamente comemorada por ele, inclusive carregando a bandeira britânica "à la Ayrton Senna".

Ao conseguir assumir a ponta após a primeira rodada de pit stops, Hamilton não quis saber nada além de "sentar a bota no acelerador", abrindo vantagem confortável sobre Alonso e Vettel, que já começavam a poupar seus pneus pensando em não visitar mais os boxes até o fim da prova.

A vinte voltas do fim, percebendo que seus pneus já davam sinais de que não aguentariam até a bandeirada, Hamilton tratou de fazer uma segunda parada,   em mais um péssimo trabalho do time de Woking, para colocar os pneus macios e esperava recuperar a ponta quando os demais, Alonso e Vettel, também viessem para os pits para fazer o mesmo.

Assim que a McLaren percebeu que a estratégia da Ferrari e Red Bull era a de manter seus pilotos na pista, Hamilton começou a voar na pista, fazendo volta mais rápida após volta mais rápida até encostar e passar Vettel na volta 62 e Alonso dois giros depois, com o trabalho facilitado, claro, pelo grande nível de desgaste dos pneus de ambos os adversários.

Depois de reassumir a ponta, Hamilton só teve o trabalho de "trazer o menino para casa", garantindo assim, pela tática escolhida em razão da sua reconhecida capacidade de cuidar dos pneus, a vitória, parando no momento certo para fazer sua segunda troca de pneus, com tempo suficiente para descontar a desvantagem que tinha sobre os líderes e, finalmente, passá-los.

Se a McLaren fez tudo certo, a Ferrari foi o time que não só fez tudo errado, como tentou insistir no erro que acarretou a Fernando Alonso pagar um preço caro pela ousadia de se manter arrastando na pista praticamente sem pneus.

É óbvio que é muito mais fácil fazer uma análise depois que tudo terminou, mas era claro, a cerca de dez voltas do fim, que seria muito difícil para que Alonso conseguisse arrancar ao menos um pódio, principalmente pela velocidade que vinham Grosjean, Pérez e Rosberg.

Era o sinal, que foi devidamente ignorado, para que a Ferrari chamasse o espanhol para os boxes para uma nova troca de pneus e tentar, ao menos, almejar um terceiro lugar equipado com os compostos super-macios, como a Red Bull fez tardiamente com Vettel, a sete voltas do fim, e que permitiu ao atual bicampeão salvar um quarto lugar depois de ter saído da pole position ao invés de acabar em uma sexta ou até sétima posição.

Talvez nem a Ferrari e nem seu piloto tivessem conseguido prever que os pneus macios tivessem o rendimento caindo vertiginosamente nas voltas finais, e se tivesse vencido a prova, certamente Alonso seria mais uma vez chamado de gênio, mas como isso não aconteceu, sobrou ao time italiano, juntamente com o espanhol, recolher os cacos do sonho dourado que se despedaçou.

Os problemas enfrentados por Ferrari e Red Bull abriram caminho para que outro piloto, que também escolheu fazer apenas uma parada, terminasse em um importante segundo lugar.

O franco-suíço Romain Grosjean, que chegou ao seu melhor resultado em sua breve carreira na Fórmula 1, conseguiu se manter na pista com os pneus macios por cinquenta voltas, apenas duas a menos que Alonso, e mesmo assim teve capacidade de realizar um final de prova bastante forte.

Só para se ter uma ideia do que o piloto da Lotus fez, basta dizer que, ao sair dos boxes após sua segunda troca, Hamilton tinha cerca de dois segundos de vantagem para Grosjean, diferença essa que subiu para quase sete segundos quando o piloto da McLaren encostou em Vettel, baixando posteriormente ao final da prova para a casa dos três segundos, valendo especificar que os pneus de Hamilton eram trinta voltas mais novos que os de Grosjean.

Completando o pódio ficou Sérgio Pérez que, finalmente, foi capaz de fazer sobre Alonso aquela ultrapassagem que ficou "engasgada" na garganta do mexicano na prova de Malásia, quando ambos disputavam a vitória, e também soube manejar com maestria seus pneus para, no final, com um jogo de pneus de quase trinta voltas de uso, ser capaz de chegar a fazer, por algumas oportunidades, a volta mais rápida da prova enquanto tentava encostar no espanhol.

Já Felipe Massa, que tinha tudo para se redimir dos péssimos resultados da temporada, novamente cometeu um erro depois de um começo de prova fortíssimo, inclusive com uma bela ultrapassagem sobre Rosberg sem a ajuda do DRS.

O brasileiro, que facilmente chegaria em Webber no início da prova, e muito provavelmente passaria fácil pelo australiano, cometeu, nas palavras dele próprio, "uma cagada" ao rodar na saída da curva 1 logo na sexta volta e perder diversas posições, salvando uma décima colocação após ter de fazer uma segunda parada para a troca de pneus.

Vale dizer que, mesmo sem esse erro, considerando as condições em que Alonso terminou a prova, se a Ferrari também insistisse na estratégia de apenas uma parada para Massa, o brasileiro certamente não terminaria a prova muito longe da décima colocação em que recebeu a bandeirada.

Outro que enfrentou um resultado decepcionante foi Paul di Resta, que teve um início de prova muito bom, chegando a figurar na quinta colocação após a rodada de Massa, mas não conseguiu ir além da 11ª posição, fora da zona de pontuação, e apenas um posto a frente de seu colega de equipe, que partiu cinco colocações atrás do escocês.

E Bruno Senna vive o drama da sua própria inconstância, fazendo ora provas regulares e ora provas para serem esquecidas, como foi o caso de Montreal, onde o brasileiro passou a maior parte do tempo atrás de pelo menos uma das Caterham, vendo seu colega de time, Pastor Maldonado, chegar quatro lugares à sua frente mesmo tendo largado seis postos atrás.

O sobrinho de Ayrton Senna, ao meu ver, só não foi pior que Jenson Button, que, em contraste à brilhante corrida que fez em 2011, não se acertou no traçado canadense neste ano ao ficar com uma decepcionante 17ª posição após ter que fazer três paradas para troca de pneus, chegando à humilhante situação de levar uma volta do vencedor da prova, que foi nada menos do que seu colega de time na McLaren.

Essa foi a classificação final do GP do Canadá:

Lewis Hamilton (GBR)McLaren/Mercedes-Benz70 voltas em 1h32min29s586
Romain Grosjean (SUI)Lotus/Renaulta 02s513
Sérgio Pérez (MEX)Sauber/Ferraria 05s260
Sebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renaulta 07s295
Fernando Alonso (ESP)Ferraria 13s411
Nico Rosberg (ALE)Mercedesa 13s842
Mark Webber (AUS)Red Bull/Renaulta 15s085
Kimi Räikkönen (FIN)Lotus/Renaulta 15s567
Kamui Kobayashi (JAP)Sauber/Ferraria 24s432
10ºFelipe Massa (BRA)Ferraria 25s272
11ºPaul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benza 37s693
12ºNico Hülkenberg (ALE)Force India/Mercedes-Benza 46s236
13ºPastor Maldonado (VEN)Williams/Renaulta 47s0
14ºDaniel Ricciardo (AUS)Toro Rosso/Ferraria 1min04s4
15ºJean-Éric Vergne (FRA)Toro Rosso/Ferraria 1 volta
16ºJenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benza 1 volta
17ºBruno Senna (BRA)Williams/Renaulta 1 volta
18ºHeikki Kovalainen (FIN)Caterham/Renaulta 1 volta
19ºVitaly Petrov (RUS)Caterham/Renaulta 1 volta
20ºCharles Pic (FRA)Marussia/Coswortha 3 voltas

Com a primeira vitória na temporada, Lewis Hamilton, ajudado pelo erro estratégico da Ferrari, reassumiu a liderança do campeonato, a qual havia sido perdida após o GP do Bahrein, justamente para Sebastian Vettel.

Sem pontuar pela segunda vez consecutiva, Jenson Button, que já ponteou a tabela do campeonato de pilotos, despenca para a oitava colocação.

 Lewis Hamilton88
 Fernando Alonso86
 Sebastian Vettel85
 Mark Webber
79
 Nico Rosberg 67
 Kimi Räikkönen55
 Romain Grosjean53
 Jenson Button45
 Sérgio Pérez37
10º Pastor Maldonado29
11º Kamui Kobayashi21
12º Paul di Resta 21
13º Bruno Senna15
14º Felipe Massa11
15º
 Nico Hülkenberg
7
16º Jean-Éric Vergne4
17º Daniel Ricciardo 2
18º Michael Schumacher2

Mesmo com os problemas enfrentados na prova, a Red Bull foi capaz de manter à frente da McLaren no campeonato de construtores, muito em razão da péssima apresentação de Button nas últimas duas corridas.

 Red Bull 164
United Kingdom McLaren133
 Lotus108
Italy Ferrari 97
 Mercedes 69
 Sauber58
 Williams 44
 Force India
28
Italy Toro Rosso6

A Fórmula 1 agora retorna ao Velho Continente para completar a chamada temporada europeia, tendo como próximo compromisso o GP da Europa no circuito citadino de Valência, prova que foi vencida por Sebastian Vettel no ano passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário