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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rally da França


No fim de semana retrasado, entre os dias 30 de setembro a 02 de outubro, aconteceu na França a 11ª etapa do WRC, o Campeonato Mundial de Rally da FIA, que, pelo segundo ano consecutivo, se deu na região da Alsácia, com base na cidade de Estrasburgo, cidade natal de Sébastien Loeb, com a rota levemente modificada em relação à utilizada no ano passado, contando agora com 23 estágios cronometrados, sendo oito na sexta-feira, nove no sábado e os seis restantes no domingo, totalizando um percurso de 348,13 quilômetros de competição, ou 1.296,08 quilômetros considerando os trechos de deslocamento.

Depois de ficar ausente do calendário da categoria em 2009, o Rally da França, que normalmente era disputado na Córsega, foi realocado pela FIA em 2010 para a Alsácia, região em muito motivou o início da I Guerra Mundial. Apesar do novo local, as características da etapa se mantiveram, já que o evento foi disputado inteiramente em piso de asfalto, em que a dupla da Citroën é especialista, principalmente Sébastian Loeb, que se sente totalmente a vontade nesse tipo de superfície.

Para 2011 os organizadores realizaram algumas mudanças em relação ao ano passado, com a inversão de direção dos dois primeiros estágios do evento. O Pays d'Ormont, agora terceiro e sétimos estágios, foi aumentado para 36 quilômetros. No sábado foi adicionado um estágio, a superespecial nas ruas de Colmar, e mais duas especiais foram acrescentadas no domingo, o Graviere de Bischwiller e o Vignoble de Cleerboug.

Sem vencer desde a Finlândia, Sébastian Loeb buscava se recuperar diante de seus torcedores, principalmente depois dos problemas enfrentados na Austrália, quando teve um de seus raros erros. Além disso, o multicampeão estava desesperado para vencer no asfalto, seu piso predileto, já que perdeu a invencibilidade neste tipo de superfície na Alemanha, valendo dizer que o piloto da Citroën não perde em solo doméstico desde 2005.

Entretanto, as coisas não saíram como planejado, para frustração dos franceses.

Parecendo estar com tudo nos eixos, Loeb foi o mas rápido nos dois primeiros estágios, mas no terceiro veio a tragédia. O motor do Citroën DS3 começou a falhar, com queda repentina e sem qualquer aviso da pressão do óleo, obrigando ao francês encostar o carro. Levado à garagem, o time rapidamente iniciou uma tentativa de reparo, mas a quebra era terminal e, tendo em vista que o regulamento não permite a substituição do motor, Loeb foi obrigado a abandonar a competição logo no início, e justamente "em casa".

A dupla da Ford, que poderia capitalizar com o abandono e fazer com que Hirvonen pudesse retornar à liderança que havia perdido na quarta etapa, na Jordânia, não soube aproveitar a oportunidade. Hirvonen, a despeito de ter sofrido uma saída de pista também no terceiro estágio, não foi capaz de andar no ritmo dos demais, enquanto Latvala, com nítida evolução no asfalto, também saiu da pista na famigerada terceira especial e ficou preso em uma cerca de arame farpado, levando mais de um minuto para voltar à pista, contando com a ajuda dos espectadores. Ao final, Latvala, tal qual fez na Austrália, foi obrigado a permitir a passagem de Hirvonen, e deliberadamente fez a checagem antecipadamente para receber uma punição de dois minutos.

Com Loeb e os Ford fora, a briga pela vitória ficou entre Sébastien Ogier e Daniel Sordo, que mais uma vez deu ao que falar no ano de reestreia do Mini Cooper.

O espanhol, que terminou o primeiro dia na frente, sonhava com a sua primeira vitória, a qual seria mais do que especial, já que em território da equipe que o demitiu no ano passado. Entretanto, com uma estratégia diferente no último dia, pois escolheu os compostos mais macios, o piloto do Mini Cooper, com os pneus desgastados nos derradeiros estágios, não foi capaz de segurar Ogier, que ainda sim venceu com apenas 6s2 de vantagem.

A Cooper, aliás, vibrava com o desempenho de seus pilotos, já que Kris Meeke chegou a figurar na terceira posição após a SS11, caindo para quarto no estágio seguinte e sofreu um grande acidente na SS13 quando saiu da pista após chegar rápido demais em uma curva à direita, destruindo seu carro, que não teve chance de ser reparado para voltar à competição pelas regras do "super-rally".

Petter Solberg chegou a ser candidato à vitória após os problemas com seus adversários, mas teve um pneu furado no segundo dia, o que o impediu de continuar na briga, e a saída de pista no segundo estágio do domingo não ajudou a recuperação, mas ainda sim o norueguês terminou na terceira posição. No fim, todo o esforço foi em vão, já que o Citroën do campeão de 2003 foi desclassificado por estar quatro quilos mais leve que o permitido pelo regulamento.

Com a desclassificação de Petter, a última vaga do pódio foi herdada por Hirvonen que, com isso, empatava na classificação do campeonato com Loeb, que agora vai ter de lidar com a briga interna justamente no evento em que o time de fábrica da Citroën havia definido que Ogier trabalharia para o multicampeão até o final da temporada.

Ogier, que está agora a três pontos de seu colega de time, quando perguntado se acataria ordens de equipe para deixar Loeb passar nas duas etapas restantes, desconversou, o que indica que não está disposto a ceder espaço para o multicampeão.

>Em um circuito montado nas ruas de Haguenau aconteceu o power stage. Jari-Matti Latvala, com o tempo de 3min09s4 foi o vencedor, ficando com os três pontos extras. Daniel Sordo ficou com o segundo posto com o tempo de 3min11s5, dando à Cooper seus primeiros dois pontos extras, enquanto que Ogier ficou em terceiro, marcando o tempo de 3min11s9, embolsando o ponto de bonificação final.

Entre os demais, grande resultado para Dennis Kuipers, que conseguiu na França o seu melhor resultado da carreira. O showman Ken Block também conseguiu levar seu carro à zona de pontuação, aos trancos e barrancos, é verdade.

Kimi Räikkönen, porém, não teve a mesma sorte. Depois de ver seu time ser excluído do campeonato de 2011 por ter faltado ao Rally da Austrália sem justificativa, o pretendente ao lugar de Rubens Barrichello na Williams em 2012 abandonou a etapa da França no trecho de ligação entre a SS2 e a SS3 quando acertou a traseira do carro de Henning Solberg e caiu em uma vala. O time não foi capaz de reparar o Citroën do finlandês, que foi obrigado a abandonar.

O único brasileiro presente no evento, Daniel Oliveira, pilotando um Mini Cooper semi-oficial, chegou e figurar na 17ª posição, mas na SS15 perdeu o controle numa rápida curva à esquerda e acertou com força uma árvore. Piloto e copiloto foram levados ao hospital, onde foi constatada a fratura de três vértebras no português Carlos Magalhães, o navegador.

Sébastien Ogier (FRA) Citroën DS3
Daniel Sordo (ESP) Mini Cooper
Mikko Hirvonen (FIN) Ford Fiesta
Jari-Matti Latvala (FIN) Ford Fiesta
Dennis Kuipers (HOL) Ford Fiesta (privado)
Henning Solberg (NOR) Ford Fiesta
Mads Ostberg (NOR) Ford Fiesta
Ken Block (EUA) Ford Fiesta (privado)
Pierre Campana (FRA) Mini Cooper (privado)
10º Matthew Wilson (GBR) Ford Fiesta

Sébastien Loeb, que parecia navegar facilmente para o seu oitavo título consecutivo, vive um inferno astral com os problemas na Austrália e França, e agora tem em sua cola Hirvonen e, pior, Ogier, que possui o mesmo equipamento do multicampeão, e uma gana sem tamanho para se sagrar pela primeira vez campeão do mundo.

Considero Ogier o pior pesadelo para Loeb, pois o jovem francês já mostrou que não tem medo de peitar o seu colega de equipe mais experiente, mesmo que para isso tenha de desrespeitar as ordens da Citroën que, claro prefere ver Loeb campeão mais uma vez.

Hirvonen, por outro lado, é muito irregular e, apesar de ser um bom piloto, não é capaz de encarar o desafio de bater Loeb, e isso ficou muito bem demonstrado quando passou a ser o número 1 da Ford com a aposentadoria de Marcus Grönholm.

Será um final de campeonato eletrizante.

Sébastien Loeb (França) 196
Mikko Hirvonen (Finlândia) 196
Sébastien Ogier (França) 193
Jari-Matti Latvala (Finlândia) 131
Petter Solberg (Noruega) 110
Mads Ostberg (Noruega) 62
Matthew Wilson (Grã-Bretanha) 53
Daniel Sordo (Espanha) 43
Henning Solberg (Noruega) 40
10º Kimi Räikkönen (Finlândia) 34
11º Frederico Villagra (Argentina) 20
12º Khalid Al-Qassimi (Emirados Árabes) 15
13º Dennis Kuipers (Holanda) 15
14º Juho Hänninen (Finlândia) 13
15º Hayden Paddon (Nova Zelândia) 10
16º Martin Prokop (República Tcheca) 7
17º Ott Tänak (Estônia) 7
18º Per-Günnar Andersson (Suécia) 6
19º Michal Kosciuszko (Polônia) 6
20º Armindo Araújo (Portugal) 4
21º Oleksander Saliuk (Ucrânia) 4
22º Ken Block (Estados Unidos) 4
23º Peter van Merksteijn (Holanda) 2
24º Benito Guerra (México) 2
25º Pierre Campana (França) 2
26º Bernardo Sousa (Portugal) 1
27º Patrik Flodin (Suécia) 1

A vitória de Sébastian Ogier deixa a Citroën a poucos passos de faturar o seu sétimo título de construtores, o quarto consecutivo, e para isso basta não permitir que a Ford faça onze pontos a mais na próxima etapa.

Com a exclusão do campeonato, a Ice 1 Racing, time de Kimi Räikkönen, perdeu todos os pontos conquistados em 2011.

Citroën WRT 372
Ford WRT 318
Stobart-M Ford 133
Petter Solberg WRT 98
FERM Power Tools WRT 34
Team Abu Dhabi 34
Munchi's Ford 32
Monster WRT 19
Van Merksteijn Motorsport 12
10º Brazil WRT 1

O próximo compromisso do WRC acontecerá daqui duas semanas, entre os dias 20 a 23 de outubro, com o Rally da Espanha, que é disputado majoritariamente em piso de asfalto, já que para 2011 serão introduzidos estágios em terra, o que deverá provocar uma grande dor de cabeça nas equipes quando forem decidir o melhor acerto dos carros.

No ano passado, a vitória ficou com Sébastien Loeb, que este ano deverá ter concorrentes à altura, como é o caso de Sébastien Ogier, bem como de Daniel Sordo, que já mostrou que dará trabalho aos ponteiros com seu Mini Cooper, ainda por por correr "em casa".

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