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sábado, 14 de abril de 2012

Com um "temporal", Rosberg surpreende e faz a primeira pole


Finalmente a Mercedes conseguiu fazer valer o seu contestado sistema de dutos, que servem para estolar a asa dianteira, e conquistar em Jiading um importante resultado, a primeira fila completa, cabendo a Nico Rosberg chegar, pela primeira vez na carreira, a pole position.

Com uma excepcional velocidade de ponta em razão do sistema que recebeu protestos de grande parte das equipes, a Mercedes já havia feito grandes treinos de qualificação em 2012, chegando ao quarto e terceiro posto, respetivamente, em Melbourne e Sepang, sempre com Michael Schumacher.

Quem estava devendo era justamente Nico Rosberg que, em Xangai, tirou a desforra. Na sua primeira volta rápida na Q3, o filho do campeão de 1982 marcou um tempo excepcional que lhe permitiu abrir mão de de mais uma tentativa e já a dois minutos do fim de sessão foi flagrado pela transmissão tirando o capacete nos boxes.

O tempo de Rosberg realmente destoou do que foi a qualificação, que era bastante apertada até ali, e colocou uma vantagem de mais de meio segundo para os seus mais próximos rivais, Hamilton e Schumacher.

Trata-se, também, a primeira pole position do time da Mercedes em seu retorno à Fórmula 1 quando comprou a Brawn GP no final de 2009, time que já foi Honda, BAR e Tyrrell, e a primeira da marca da estrela de três pontas desde Monza em 1955, última prova daquela temporada, que foi marcada pelo domínio do modelo W196, ano em que a Mercedes abandonou as competições por um longo tempo em razão do pavoroso acidente nas 24 Horas de Le Mans que matou um de seus pilotos, o francês Pierre Levegh, além de 83 espectadores.

Além disso, Michael Schumacher conseguiu o seu melhor resultado em treinos qualificatórios desde que retornou à categoria depois de uma fugaz "aposentadoria" de três anos, ajudado, é claro, pela punição imposta a Lewis Hamilton, permitindo ao time de Norbert Haug ficar com toda a primeira fila.

Depois de dominar as duas primeiras qualificações do ano, que gerou duas dobradinhas, a McLaren parece ter perdido a força. Hamilton foi o único que conseguiu mostrar alguma coisa, mas a punição consistente na perda de cinco posições no grid de largada por ter trocado a caixa de câmbio fez com que o segundo tempo virasse um sétimo posto, deixando Jenson Button com um discreto quinto lugar na grelha de partida.

A maior surpresa do treino, no entanto, foi o quarto tempo de Kamui Kobayashi, a cerca de um décimo de segundo de Hamilton e Schumacher, que o coloca o japonês em terceiro na largada para a prova, mostrando que o segundo lugar em Sepang com Sérgio Pérez não foi obra do acaso, e sim de um bom chassi, para a alegria de Peter Sauber, que finalmente volta a ter um carro capaz de brigar pelo pódio de forma consistente.

A questão é que o time suíço tinha condições de ficar com toda a segunda fila do grid de largada, mas por alguma razão Pérez marcou na Q3 um tempo sete décimos mais lento que na sessão anterior, o que coloca o mexicano na oitava colocação, que poderia ser terceiro ou quarto caso tivesse ficado próximo do resultado na segunda parte da qualificação. Vale dizer que Pérez estava equipado com os pneus de tarja amarela, o que significa que cometeu algum erro na sua única tentativa na Q3.

Já na Lotus, Kimi Räikkönen mostra, mais uma vez, que não perdeu a sua velocidade depois de ficar dois anos fora da Fórmula 1 depois de ser descartado pela Ferrari em favor de Felipe Massa. Mas o finlandês não ficou satisfeito com a quarta posição e criticou as atualizações do E20 para a China. Por outro lado, Romain Grosjean teve de usar um set extra de pneus macios na Q2 em razão de um erro cometido logo no início da sessão, razão pela qual preferiu sequer ir à pista na Q3 para economizar mais um jogo de pneus de tarja amarela.

A decepção do treino ficou realmente para duas equipes grandes, a Ferrari e a Red Bull.

No time italiano o pobre desempenho já era esperado, a despeito da espantosa vitória de Alonso na Malásia. O espanhol conseguiu, apesar de tudo chegar ao Q3, mas repetiu o nono lugar de Sepang. Felipe Massa mostra uma pequena evolução e, ainda que não tenha conseguido chegar à última parte do treino na temporada, ficou a apenas três décimos de seu colega de equipe, reduzindo a margem de desvantagem, fato que não fará com que a pressão sobre o brasileiro diminua.

Após alguns considerarem que essa seria a corrida de redenção do atual time bicampeão, o que se verifica é que a Red Bull ficou para trás em relação às duas primeiras etapas de 2012, sendo superada pelos desempenhos da Mercedes, Lotus e Sauber. Mark Webber salvou um sétimo tempo, que se transformou em sexto com a punição de Hamilton, mas Sebastian Vettel foi nocauteado ainda na Q2, sendo a primeira vez que o jovem alemão fica de fora da última parte do treino desde Interlagos em 2009, quando não conseguiu passar da Q1.

Vale dizer que, naquela oportunidade, o causador da eliminação precoce de Vettel foi um elemento circunstancial, a chuva, ao contrário do que se viu hoje, sendo claro que o RB8 sente, e muito, a falta do difusor soprado, base do sucesso dos modelos anteriores desenhados por Adrian Newey.

Outro que mostra evolução é Bruno Senna. Mesmo alijado de participar do primeiro treino livre, já que por razões contratuais o brasileiro deve ceder seu carro para o terceiro piloto da Williams, o finlandês Valtteri Bottas, Senna terminou a qualificação com um tempo apenas seis milésimos de segundo mais lento em relação a Pastor Maldonado, seu colega de equipe.

Esse foi o resultado do treino de qualificação:

 Piloto (País)Equipe/MotorQ1Q2Q3
Nico Rosberg (ALE)Mercedes1min36s8751min35s7251min35s121
Lewis Hamilton (GBR)McLaren/Mercedes-Benz1min36s7631min35s9021min35s626
Michael Schumacher (ALE)Mercedes1min36s7971min35s7941min35s691
Kamui Kobayashi (JAP)Sauber/Ferrari1min36s8631min35s8531min35s784
Kimi Räikkönen (FIN)Lotus/Renault1min36s8501min35s9211min35s898
Jenson Button (GBR)McLaren/Mercedes-Benz1min36s7461min35s9421min36s191
Mark Webber (AUS)Red Bull/Renault1min36s6821min35s7001min36s290
Sérgio Pérez (MEX)Sauber/Ferrari1min36s1981min35s8311min36s524
Fernando Alonso (ESP)Ferrari1min36s2921min35s9821min36s622
10ºRomain Grosjean (SUI)Lotus/Renault1min36s3431min35s903sem tempo
11ºSebastian Vettel (ALE)Red Bull/Renault1min36s9111min36s031
12ºFelipe Massa (BRA)Ferrari1min36s5561min36s255
13ºPastor Maldonado (VEN)Williams/Renault1min36s5281min36s283
14ºBruno Senna (BRA)Williams/Renault1min36s6741min36s289
15ºPaul di Resta (GBR)Force India/Mercedes-Benz1min36s6391min36s317
16ºNico Hülkenberg (ALE)Force India/Mercedes-Benz1min36s9211min36s745
17ºDaniel Ricciardo (AUS)Toro Rosso/Ferrari1min36s9331min36s956
18ºJean-Éric Vergne (FRA)Toro Rosso/Ferrari1min37s714
19ºHeikki Kovalainen (FIN)Caterham/Renault1min38s453
20ºVitaly Petrov (RUS)Caterham/Renault1min38s677
21ºTimo Glock (ALE)Marussia/Cosworth1min39s282
22ºCharles Pic (FRA)Marussia/Cosworth1min39s717
23º Pedro de la Rosa (ESP)HRT/Cosworth1min40s411
24 Narain Karthikeyan (IND)HRT/Cosworth1min41s000
107% (tempo de corte)1min42s931

É importante deixar claro que o grande resultado de Nico Rosberg e Michael Schumacher não significa que o time da Mercedes seja apontado como favorito à vitória.

Como se sabe, os W03, tal qual o seu modelo antecessor, sofre demais com um desgaste exacerbado dos pneus, o que faz com que seus pilotos caiam pelas tabelas no decorrer da corrida.

Além disso, o duto que dá o carro uma grande velocidade final ao carro da Mercedes só funciona quando é acionado o DRS. Se nos treinos o uso do dispositivo é livre, na corrida depende-se das circunstâncias do regulamento, ou seja, estar a menos de um segundo do carro da frente na zona de detecção, com ativação apenas em parte da reta oposta.

Isso abre as portas para um novo resultado surpreendente para os times considerados médios, como é o caso da Sauber e da própria Lotus, a não ser que a McLaren se sobressaia e imponha a supremacia que demonstrou em Melbourne.

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