Em mais uma corrida pobre em emoções, Sebastian Vettel confirmou o favoritismo que nele era depositado e ganhou, de forma fácil, a prova indiana, conquistando seu quarto triunfo consecutivo, o terceiro seguido de ponta-a-ponta, ultrapassando, de quebra, Niki Lauda e Jim Clark nas estatísticas dos maiores vencedores da história da Fórmula 1.
Como era esperado, somente um desastre tiraria a vitória do alemão, algo que não aconteceu, existindo apenas um único momento de suspense quando foram vistas faíscas saindo da parte debaixo do RB8 a cerca de oito giros do fim, mas que provavelmente se tratava de algum pedaço de fibra de carbono de outro carro que acidentalmente ficou preso no assoalho por alguns instantes e causou certa apreensão de todos.
O segundo lugar de Fernando Alonso minimizou o prejuízo do espanhol depois de ter largado apenas da quinta colocação, conseguindo se livrar das McLarens no início da corrida para, então, perder uma grande oportunidade de ultrapassagem antes da rodada de pit stops quando chegou próximo de Webber, mas foi impedido de iniciar a manobra em razão do australiano ter utilizado também o DRS na reta oposta em razão da presença de um retardatário à frente.
Quando Webber retornou ao seu ritmo normal de prova, distanciando-se de Alonso, veio o problema no KERS da Red Bull, o que permitiu ao espanhol novamente encostar e passar o australiano utilizando-se tanto do boost do KERS quando do DRS, o que tornou a tarefa do piloto da Ferrari tão fácil quanto jogar contra o Palmeiras atualmente.
Apesar de Hamilton, por muito pouco, não ter conseguido se aproveitar do problema de Webber para garantir um lugar no pódio, que não é frequentado pelo campeão de 2008 desde que venceu em Monza, a McLaren demonstra total falta de ritmo de prova para acompanhar as Red Bulls e Fernando Alonso, situação que se reflete diretamente na tabela do Campeonato de Construtores.
Depois de uma grande corrida em Yeongam, Felipe Massa foi apenas regular em Buddh, chegando a cerca de 35 segundos atrás de seu colega de equipe, conseguindo segurar durante todo o percurso da prova atrás de si Kimi Räikkönen apenas em razão do acerto do Lotus de alta carga aerodinâmica e uma sétima marcha muito curta, situação que não deixava o finlandês desenvolver grande velocidade em reta, mesmo com o DRS aberto, para superar o brasileiro.
Entre os demais, grande corrida de Nico Hülkenberg, que ficou com o oitavo posto depois de ter largado de 12º, terminando, com isso, pela terceira vez consecutiva na zona de pontuação, o que o faz se destacar perante seu colega de equipe, que há três provas não pontua e finalizou a prova na Índia numa distante 12ª colocação.
Com uma corrida agressiva, Bruno Senna, que contou com belas ultrapassagens sobre Pastor Maldonado, Kamui Kobayashi e Nico Rosberg, de certa forma, se redime do erro cometido na qualificação para chegar em décimo e pontuar pela oitava vez na temporada, contra apenas três oportunidades de Maldonado, que parecia possuído até ser tocado pelo japonês da Sauber e sofrer um furo no pneu traseiro direito, o que o tirou completamente a condição de marcar qualquer tento.
É interessante também ver como a Mercedes vem definhando nas últimas etapas, falhando em marcar pontos nas últimas três provas consecutivas, o que pode significar que o time de Ross Brawn já esteja voltado completamente para a temporada de 2013, quando terá Lewis Hamilton em sua linha de pilotos.
Sergio Pérez é outro que, aparentemente, já está voltado para a próxima temporada, quando será piloto da McLaren, e o fato de que também não pontua desde Cingapura é algo significativo, culminando com as críticas à equipe por sua substituição no primeiro treino livre por seu compatriota Esteban Gutiérrez, também patrocinado por Carlos Slim, magnata da telecomunicação no México.
Essa foi a classificação final do GP da Índia:
Piloto (País) | Equipe/Motor | Tempo de prova | |
1º
| Sebastian Vettel (ALE) | Red Bull/Renault | 60 voltas em 1h31min10s744 |
2º
| Fernando Alonso (ESP) | Ferrari | a 09s437 |
3º
| Mark Webber (AUS) | Red Bull/Renault | a 13s217 |
4º
| Lewis Hamilton (GBR) | McLaren/Mercedes-Benz | a 13s909 |
5º
| Jenson Button (GBR) | McLaren/Mercedes-Benz | a 26s266 |
6º
| Felipe Massa (BRA) | Ferrari | a 44s674 |
7º
| Kimi Räikkönen (FIN) | Lotus/Renault | a 45s227 |
8º
| Nico Hülkenberg (ALE) | Force India/Mercedes-Benz | a 54s998 |
9º
| Romain Grosjean (SUI) | Lotus/Renault | a 56s103 |
10º | Bruno Senna (BRA) | Williams/Renault | a 1min14s975 |
11º | Nico Rosberg (ALE) | Mercedes | a 1min21s694 |
12º | Paul di Resta (GBR) | Force India/Mercedes-Benz | a 1min22s815 |
13º | Daniel Ricciardo (AUS) | Toro Rosso/Ferrari | a 1min26s064 |
14º | Kamui Kobayashi (JAP) | Sauber/Ferrari | a 1min26s495 |
15º | Jean-Éric Vergne (FRA) | Toro Rosso/Ferrari | a 1 volta |
16º | Pastor Maldonado (VEN) | Williams/Renault | a 1 volta |
17º | Vitaly Petrov (RUS) | Caterham/Renault | a 1 volta |
18º | Heikki Kovalainen (FIN) | Caterham/Renault | a 1 volta |
19º | Charles Pic | Marussia/Cosworth | a 1 volta |
20º | Timo Glock (ALE) | Marussia/Cosworth | a 2 voltas |
21º | Narain Karthikeyan (IND) | HRT/Cosworth | a 2 voltas |
22º | Michael Schumacher (ALE) | Mercedes | a 5 voltas/abandonos |
Sebastian Vettel expande para treze pontos a sua liderança sobre Alonso, que ainda sonha com um título, o qual somente virá com um erro do alemão ou mesmo alguma falha mecânica do RB8.
Apesar de Räikkönen, Webber e Hamilton ainda possuírem chances matemáticas de título, sendo que este último depende, além de outros resultados, de um abandono triplo de Vettel nas próximas três etapas, o certo é que todos eles não terão condições, nem mesmo, de terminarem a temporada com o vice-campeonato.
1º
| Sebastian Vettel | 240 |
2º
| Fernando Alonso | 227 |
3º
| Kimi Räikkönen | 173 |
4º
|
Mark Webber
| 167 |
5º
| Lewis Hamilton | 165 |
6º
| Jenson Button | 141 |
7º
| Nico Rosberg |
93
|
8º
| Romain Grosjean |
90
|
9º
| Felipe Massa |
89
|
10º | Sérgio Pérez |
66
|
11º | Kamui Kobayashi |
50
|
12º |
Nico Hülkenberg
|
49
|
13º | Paul di Resta |
44
|
14º | Michael Schumacher |
43
|
15º |
Pastor Maldonado
|
33
|
16º | Bruno Senna |
26
|
17º | Jean-Éric Vergne |
12
|
18º | Daniel Ricciardo |
9
|
Após excelentes resultados nas últimas quatro provas, a Red Bull, que chegou a ter sua liderança ameaçada pela McLaren na tabela do Campeonato de Construtores, retoma a sua superioridade e agora tem 91 pontos sobre sua rival mais próxima, a Ferrari que, por sua vez, consegue abrir mais quatro pontos de frente sobre o time de Woking.
1º | Red Bull | 407 |
2º | Ferrari | 316 |
3º | McLaren | 306 |
4º | Lotus | 263 |
5º | Mercedes | 136 |
6º | Sauber | 116 |
7º | Force India |
93
|
8º | Williams |
59
|
9º | Toro Rosso |
21
|
A próxima etapa, a antepenúltima no calendário da categoria, o GP de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, acontece já na próxima semana, evento que no ano passado foi vencido por Lewis Hamilton após um abandono prematuro de Vettel na segunda curva em razão de um problema na roda traseira direita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário