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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Yeongam


Com a disputa pelo título inteiramente aberta, o circo da Fórmula 1 ruma do Japão para a Coreia para a disputa da 16ª etapa do campeonato no próximo domino no circuito de Yeongam, que estreou no calendário em 2010, em mais uma clara demonstração do poder de Bernie Ecclestone, bem como a sua ânsia pelo dinheiro asiático, que jorra sedento pela chance de fazer parte do calendário da principal categoria do automobilismo.

Desde 2004, à exceção do ano de 2006, a F1 se expande de forma voraz para o continente asiático em detrimento das tradicionais pistas e países europeus que fizeram a história da categoria, como é o caso da França, difusão esta que foi iniciada em 1999 com o GP da Malásia.

Em 2004, por exemplo, houve a estreia de Bahrein e China. No ano seguinte foi a vez da Turquia. Em 2007 houve a reestreia de Fuji, no Japão, com algumas modificações. Já em 2008, Cingapura e a pista de rua de Valência deram as caras e em 2009 Abu Dhabi fez sua aparição. Em 2010 a Coreia foi a estreante, enquanto que no ano passado tivemos o primeiro GP da Índia da história e neste ano haverá a inauguração do Circuito das Américas na cidade de Austin, Texas, recolocando os Estados Unidos no calendário. Em comum em todas essas pistas é a mão de um engenheiro, o alemão Hermann Tilke, "queridinho" de Ecclestone.

Bastante criticado pelas pistas que desenha, ou remodela, como foi o caso de Hockenheim e Fuji, Tilke possui o "monopólio" sobre o conceito de autódromos para que possam ser cotados para uma vaga no já inflado calendário da F1, como é o caso da Índia e da pista em Austin, nos Estados Unidos, pistas normalmente com traçados insossos.

Nas duas primeiras edições do GP da Coreia tivemos dois vencedores, Fernando Alonso em 2010 e, no ano passado, Sebastian Vettel, que também detém o recorde da pista com o tempo de 1min39s605, à média de 202,942 km/h a bordo do Red Bull RB6/Renault V8, marcado em 2011.

A pista, que tem 5,621 quilômetros, é composta de duas partes, uma delas permanente, com características de autódromo, que é mais travada, compreendendo a parte da curva 3 à 11, e a outra temporária, que engloba as duas maiores retas de todo o percurso, possuindo atributos de pista de rua, com muros à beira do traçado. Ao todo são 18 curvas, sendo onze para a esquerda e sete para a direita, já que o circuito gira em sentido anti-horário.

Yeongam possui característica de média para baixa velocidade que alterna longas retas e um miolo bastante sinuoso, o que traz grande dor de cabeça aos engenheiros para definir o acerto dos carros, ou seja, se vão priorizar a velocidade final ou um bom desempenho nas curvas mais lentas, tendo como pontos de ultrapassagem as freadas para as curvas 1, 3 e 4.

Na "contramão" do que vem sendo adotado pela FIA neste ano a zona de ativação na Coreia foi aumentada em trinta metros, iniciando-se a 320 metros da curva 2, tendo também sido modificado o ponto de detecção, que estará posicionado a noventa metros da curva 1.

Ao final da reta principal, que é bastante curta, os carros atingem cerca de 300 km/h e freiam antes da placa dos 50 metros para a curva 1, à esquerda e de baixa velocidade, reduzindo de sétima para a segunda marca, a cerca de 85 km/h.

Praticamente sem endireitar o volante os carros mergulham para a curva 2, também à esquerda, porém mais aberta, feita com o acelerador a pleno, já em quarta marcha, a cerca de 200 km/h, e que leva à reta oposta, uma das maiores do calendário, onde os carros chegam a quase 310 km/h.

Ao final dessa reta há uma freada forte e difícil, já que em leve descida em razão de uma pequena elevação pouco antes que dificulta que o piloto enxergue com antecipação o ponto onde se deve buscar o freio para a curva mais lenta da pista, a 3, um apertado gancho à direita, feito em segunda marcha, a cerca de 80 km/h, local de muitos toques na prova no ano passado, com muita tendência para o subesterço, que"atira" o carro para fora do traçado, razão pela qual os excessos na zebra são inúmeros, curva essa que leva à reta principal do traçado tido como perene.

Os carros, então, chegam para o miolo, que se inicia na curva 4, outra curva apertada, mas dessa vez à esquerda, também de freada forte, reduzindo de cerca de 300 km/h para pouco menos de 90 km/h, descendo até a segunda marcha, com a existência de uma altíssima zebra na parte interna da curva.

Na saída da 4, sem desgarrar demais para o lado externo, o piloto engata a terceira marcha e traz rapidamente o carro para o lado interno da pista para a curva 5, à direita, a cerca de 100 km/h, reduzindo para a segunda velocidade, repetindo o processo, porém em sentido inverso, para o contorno da curva 6, à esquerda, ou seja, levando o carro para fora para uma melhor tangência, ainda em segunda marcha, a cerca de 90 km/h.

Depois, há outra alteração visível na "topografia" da pista, que é praticamente plana, com uma leve subida seguida de uma descida que leva a um rápido "esse" composto das curvas 7 e 8, a primeira à direita, em sexta marcha, a cerca de 260 km/h, com uma pequena aliviada no acelerador, e a segunda à esquerda, já em sétima marcha e a mais de 285 km/h, a fundo, ou flat out como dizem os pilotos, com uma saída bastante difícil.

Após o rapidíssimo "esse" há uma pequena reta, de onde se mergulha para a curva 9, à esquerda, iniciando o "zigue-zague" do traçado, reduzindo uma marcha, a 250 km/h, para, logo na sequência, frear novamente forte para mais um cotovelo, a curva 9, à direita, feita em segunda marcha, por volta de 100 km/h, local onde muitos é bem comum algumas "excursões" para fora do traçado.

Logo depois, o piloto rapidamente se posiciona para a difícil curva 11, à esquerda, de tangência dupla, entrando na primeira delas em sexta marcha, a 245 km/h, havendo necessidade de se frear entre ambos os apexes, reduzindo duas marchas, por volta de 180 km/h, cuja saída leva à curva 12, à direita, diminuindo levemente a velocidade para 165 km/h.

Sem tempo de descanso o piloto chega à curva 13, também de alta velocidade, feita em quita marcha, com um pequeno alívio na aceleração, por volta de 235 km/h.

O trecho é seguido de mais uma curta reta até a curva 14, à direita, diminuindo para a quarta marcha, agora a 190 km/h, que leva à curva 15 e 16, semelhantes às curvas 5 e 6 em Xangai, que se tratam de duas pernas à esquerda que praticamente são feitas como se uma só fosse, mas com dois pontos de tangência, sem endireitar o volante, a primeira delas, mais lenta, em segunda marcha, a cerca de 110 km/h, e a segunda já em quarta velocidade, a quase 160 km/h.

Na sequência vem a 17 à direita, um curva de raio bastante longo, feita de "pé embaixo", engatando a quinta e sexta marchas bem no meio dela, a 260 km/h, onde qualquer erro é fatal, já que os muros estão muito próximos à pista, com saída bem na zebra da curva 18, que é um pequeno desvio de trajetória, com o carro a cerca de 270 km/h, desaguando na reta dos boxes.

Para se ter uma ideia do que é uma volta pelo traçado de Yeongam, seguem dois vídeos com um giro virtual pela pista:


Também contrariando as escolhas feitas nas últimas etapas, a Pirelli manteve dessa vez os mesmos compostos utilizados na Coreia no ano passado, ou seja, os macios, de faixa amarela, e os supermacios, de faixa vermelha, sendo certo que essa combinação será utilizada pela última vez na temporada.

Nas duas edições em Yeongam até aqui, o domínio ficou por conta da Red Bull, que só não tem duas vitórias nessa pista porque em 2010 Sebastian Vettel foi obrigado a abdicar da primeira posição em razão de uma falha no motor Renault, deixando o triunfo "de bandeja" para Fernando Alonso.

Assim, apesar das últimas aparições da McLaren, à exceção de Suzuka, é a vez do time austríaco em colher os louros pelas últimas atualizações instaladas nos carros, as quais incluem uma nova asa dianteira, novo difusor e, segundo alguns, um DRS "triplo".

Por outro lado, resta saber como será o comportamento de Fernando Alonso, que liderou grande parte da temporada, chegando a abrir bons quarenta pontos sobre seus mais próximos rivais à altura de Hungaroring e que agora se vê ameaçado diretamente por Sebastian Vettel após ser eliminado na primeira volta na etapa passada.

Depois da "lua de mel" com a equipe e o carro claramente deficiente durante toda a temporada europeia, o espanhol já iniciou uma campanha de críticas ao vir a público dizer que há algumas corridas o modelo F2012 não recebe nenhuma alteração, algo que, posteriormente, foi desmentido pelo time, o que traz aquela ideia de um Alonso "mau perdedor" e "chorão", como aquele capaz de estúpido ato contra Vitaly Petrov que, em Abu Dhabi há dois anos, não permitiu que o atual líder do campeonato se sagrasse campeão por simplesmente defender sua posição legalmente em pista.

A prova está prevista para ser disputada em 55 voltas, totalizando um percurso de 309,155 quilômetros, que deve ser cumprido em pouco menos de uma hora e quarenta minutos em caso de pista seca, valendo destacar o fato de que não existe previsão de chuva para o fim de semana inteiro.

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