Apesar do excesso de preocupação com o pneu dianteiro esquerdo do carro nº 1, dando um certo tom dramático no fim de corrida, algo que talvez foi deliberadamente explorado pela transmissão oficial da categoria para salvar que caíssemos no sono, Sebastian Vettel conquistou a terceira vitória consecutiva, algo inédito na temporada e, de quebra, assumiu a liderança do certame.
Se em Cingapura a vitória veio em razão do abandono de Hamilton e no Japão o primeiro lugar do alemão foi facilitado pelo problema de Alonso e pelo strike provocado por Grosjean na First Curve, dessa vez o triunfo adveio de circunstâncias normais de corrida e mostra que a Red Bull readquiriu a velha forma que a fez, com certa sobra, campeã do mundo de pilotos e construtores nos últimos dois anos.
Para a sua 25ª vitória, Vettel novamente liderou a prova de ponta-a-ponta, exatamente como fez em Suzuka e algumas outras vezes em ambos os anos em que se sagrou campeão, partindo para uma arrancada nesse fim de ano que, em muito, lembra o que Nelson Piquet fez em 1983 e ele próprio conseguiu em 2010, com três vitórias em quatro corridas e um abandono intercalado justamente em Yeongam.
Com o segundo lugar de Mark Webber, que fez o típico papel de escudeiro na Coreia, apesar daquela pequena "insurreição" nas primeiras curvas, quando chegou a disputar a liderança lado-a-lado com seu colega de time, a Red Bull consegue a primeira dobradinha de uma equipe em 2012, o que é bastante significativo para preocupar a concorrência que ainda pensa em título.
Já a carruagem de Fernando Alonso parece mesmo ter se transformado novamente em abóbora, já que era claro que o espanhol fez o impossível para tentar andar, sem sucesso, no mesmo ritmo dos RB7, tendo novamente uma "ajudinha" de Felipe Massa para subir ao pódio e diminuir os prejuízos.
Ficou claro que, se a Ferrari não apresentar em Buddh qualquer evolução, leia-se novas peças, será impossível segurar a arrancada de Vettel e da Red Bull nas últimas etapas, sacramentando mais uma derrota humilhante do espanhol, que tinha o título praticamente como favas contadas, para o alemão.
De consolação ao time de Maranello fica o fato de que Felipe Massa teve em Yeongam seu melhor desempenho, na minha opinião, desde que retornou de seu acidente em 2009, sendo melhor, inclusive, em relação àquilo que ele mostrou em Hockenheim, 2010, quando teve de abdicar da vitória por ordens da equipe, principalmente porque pela primeira vez na Ferrari o brasileiro conseguiu "acossar" Alonso na pista tal qual o espanhol fez em diversas outras oportunidades.
Nitidamente à vontade no seu carro, Massa foi o único a bordo do F2012 que mostrou condições de brigar, ao menos, com Mark Webber, disputa essa que ficamos privados de assistir ante ao comando expresso da Ferrari para que o brasileiro não atacasse seu colega de equipe, algo compreensível, já que Alonso briga pelo título, em uma situação que o próprio Massa já foi favorecido em outras épocas quando tinha Kimi Räikkönen ao seu lado.
Diante dessas última atuações, é praticamente certo que a Ferrari dará ao vice-campeão de 2008 a tão esperava extensão de seu contrato para 2013, algo que era inimaginável há alguns meses.
Com atuações bastante destacadas a bordo do E20, Kimi Räikkönen consegue se manter na terceira colocação do campeonato mesmo sem ganhar nenhuma corrida na temporada, mas é bastante claro que a Lotus ainda não possui estrutura pra quebrar essa barreira da vitória ou mesmo para deixar o campeão de 2007 em condições de novamente brigar, "de igual para igual", com Vettel e Alonso pelo título.
Por seu turno, a McLaren, que iniciou seu declínio com o abandono de Hamilton em Marina Bay, teve em Yeongam a queda mais vertiginosa da temporada em termos de desempenho ao ficar com apenas o ponto conquistado por Hamilton, o único a necessitar de três paradas para troca de pneus para completar a prova, sendo evidente a falta de equilíbro do MP4-27 desde o início da prova até o final, eis que o campeão de 2008 não teve condições de completar uma ultrapassagem sobre os carros da Toro Rosso antes de sair pela pista carregando um pedaço da grama artificial como se uma echarpe fosse.
Dessa vez, a desculpa apresentada pelo time é que houve uma quebra da barra estabilizadora, o que é muito, muito suspeito, pois, se é estranho que uma equipe atue em desfavor de um dos seus pilotos, considerando o fato de que uma posição a mais no Mundial de Construtores vale bastante dinheiro, é também fato que há três corridas consecutivas Hamilton vem sofrendo com quebras "misteriosas", como foi o caso do motor em Cingapura e o amortecedor em Suzuka.
Dessa vez, a desculpa apresentada pelo time é que houve uma quebra da barra estabilizadora, o que é muito, muito suspeito, pois, se é estranho que uma equipe atue em desfavor de um dos seus pilotos, considerando o fato de que uma posição a mais no Mundial de Construtores vale bastante dinheiro, é também fato que há três corridas consecutivas Hamilton vem sofrendo com quebras "misteriosas", como foi o caso do motor em Cingapura e o amortecedor em Suzuka.
Apesar dos graves problemas financeiros da equipe Force India, que culminaram com a expedição de mandado de prisão contra Vijay Mallya, proprietário da escuderia em razão da emissão de cheques sem fundo pela Kingfisher, que também pertence ao magnata indiano, Nico Hülkenberg fez excelente corrida para chegar na sexta colocação, com direito a uma linda manobra de ultrapassagem sobre Hamilton e Grosjean na curva 4, o que abriu oportunidade para o alemão superar seu colega de time na tabela do campeonato de pilotos.
De se destacar, ainda, o grande resultado de ambas as Toro Rosso, que não só chegaram à zona de pontuação, algo que somente tinha ocorrido em Spa, quando vários carros foram eliminados na primeira curva, mas também tiveram grande desempenho durante a prova, com várias ultrapassagens sobre carros teoricamente mais fortes, como foi o caso da Mercedes de Schumacher.
De se destacar, ainda, o grande resultado de ambas as Toro Rosso, que não só chegaram à zona de pontuação, algo que somente tinha ocorrido em Spa, quando vários carros foram eliminados na primeira curva, mas também tiveram grande desempenho durante a prova, com várias ultrapassagens sobre carros teoricamente mais fortes, como foi o caso da Mercedes de Schumacher.
Infelizmente, nota-se que o excesso de vontade e a pouca idade dos pilotos do meio para o fim do pelotão resultaram acidentes na largada em quatro das últimas cinco provas, algo que deve ser duramente observado pela FIA para as próximas etapas já que, ao que parece, a suspensão de Grosjean não foi capaz de sensibilizar os demais a respeito de uma conduta um pouco mais cautelosa na primeira curva, sendo sabido por todos aquela máxima do automobilismo que "nunca se ganha uma corrida na primeira volta, mas pode-se perdê-la nela".
Por fim, a nota lamentável dessa corrida fica para a demora dos comissários em remover o carro de Rosberg, que abandonou no final da reta oposta na segunda volta, impedindo que a direção de prova liberasse o uso do DRS por cerca de seis voltas, algo que poderia dar à corrida um outro prisma, principalmente entre os ponteiros.
Essa foi a classificação final do GP da Coreia:
Piloto (País) | Equipe/Motor | Tempo de prova | |
1º
| Sebastian Vettel (ALE) | Red Bull/Renault | 55 voltas em 1h36min28s651 |
2º
| Mark Webber (AUS) | Red Bull/Renault | a 08s231 |
3º
| Fernando Alonso (ESP) | Ferrari | a 13s944 |
4º
| Felipe Massa (BRA) | Ferrari | a 20s168 |
5º
| Kimi Räikkönen (FIN) | Lotus/Renault | a 36s739 |
6º
| Nico Hülkenberg (ALE) | Force India/Mercedes-Benz | a 45s301 |
7º
| Romain Grosjean (SUI) | Lotus/Renault | a 54s812 |
8º
| Jean-Éric Vergne (FRA) | Toro Rosso/Ferrari | a 1min09s589 |
9º
| Daniel Ricciardo (AUS) | Toro Rosso/Ferrari | a 1min11s787 |
10º | Lewis Hamilton (GBR) | McLaren/Mercedes-Benz | a 1min19s692 |
11º | Sergio Pérez (MEX) | Sauber/Ferrari | a 1min20s062 |
12º | Paul di Resta (GBR) | Force India/Mercedes-Benz | a 1min24s448 |
13º | Michael Schumacher (ALE) | Mercedes | a 1min29s241 |
14º | Pastor Maldonado (VEN) | Williams/Renault | a 1min34s924 |
15º | Bruno Senna (BRA) | Williams/Renault | a 1min36s902 |
16º | Vitaly Petrov (RUS) | Caterham/Renault | a 1 volta |
17º | Heikki Kovalainen (FIN) | Caterham/Renault | a 1 volta |
18º | Timo Glock (ALE) | Marussia/Cosworth | a 1 volta |
19º | Charles Pic (FRA) | Marussia/Cosworth | a 2 voltas |
20º | Narain Karthikeyan (IND) | HRT/Cosworth | a 2 voltas |
Em mais uma prova de amplo domínio, Sebastian Vettel reassume a liderança do campeonato, a qual havia sido perdida após Monte Carlo para Fernando Alonso, dessa vez para talvez não mais perdê-la considerando a atual divisão de forças entre as equipes.
1º
| Sebastian Vettel | 215 |
2º
| Fernando Alonso | 209 |
3º
| Kimi Räikkönen | 167 |
4º
|
Lewis Hamilton
| 153 |
5º
| Mark Webber | 152 |
6º
| Jenson Button | 131 |
7º
| Nico Rosberg |
93
|
8º
| Romain Grosjean |
88
|
9º
| Felipe Massa |
81
|
10º | Sérgio Pérez |
66
|
11º | Kamui Kobayashi |
50
|
12º |
Nico Hülkenberg
|
45
|
13º | Paul di Resta |
44
|
14º | Michael Schumacher |
43
|
15º |
Pastor Maldonado
|
33
|
16º | Bruno Senna |
25
|
17º | Jean-Éric Vergne |
12
|
18º | Daniel Ricciardo |
9
|
Com duas grandes atuações de Felipe Massa e a evidente decadência da McLaren, a Ferrari retorna à vice-liderança, posição que já havia ocupado após a prova em Silverstone.
Já a Red Bull segue tranquila na frente, ampliando sua vantagem para 77 pontos e abrindo caminho para um tricampeonato, título que não era conquistado por nenhum time desde a época áurea do duo Ferrari-Schumacher.
1º | Red Bull | 367 |
2º | Ferrari | 290 |
3º | McLaren | 284 |
4º | Lotus | 255 |
5º | Mercedes | 136 |
6º | Sauber | 116 |
7º | Force India |
89
|
8º | Williams |
58
|
9º | Toro Rosso |
21
|
A próxima parada da Fórmula 1 será em Buddh, em Nova Délhi, palco que, em duas semanas, receberá o GP da Índia, evento que debutou na categoria no ano passado tendo como vencedor Sebastian Vettel, que triturou a concorrência na oportunidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário